quarta-feira, 28 de março de 2012

A servidão moderna


Meu optimismo está baseado na certeza que esta civilização vai desmoronar.
Meu pessimismo em tudo aquilo que ela faz para arrastar-nos em sua queda.

Num mundo já condenado, tal como se perspectiva, em que a violência das águas irrompem pelas margens, sem que ninguém consiga calcular todos os imponderáveis, que daí possam advir.

Num mundo, onde já dominado por uma cultura dominante, um sistema, ou outro nome aberrante que tenha, já conseguiu envenenar todo o espectro "modus vivendis" das pessoas, as mesmas que alimentam todo esse sistema, pensado e coordenado, por uma minoria, que pensa todos os dias, a melhor forma, de manipular e manter sociedades cataplécticas, criando padrões holo-pensénicos.

Seja na política, religião ou desportos super-mediatizados, como o futebol industrial, tal como nas pseudo-artes, no gigantesco investimento nas chamadas "celebridades", que se vendem como modelos e representativas do sucesso e da felicidade, quando ao mesmo tempo, no lado obscuro da realidade, essas representações mediáticas de modelos para milhões, se tentam suicidar, morrem enfrascados de fármacos ( medicina mercantil ), sós e abandonados em suas mansões made in Beverly Hills.

A pessoa não tomando consciência de si, perdida neste mundo, num imenso universo, acaba tomada pelo medo, tomar partido, religião ou outro tipo de associação que a faça sentir parte de algo.
Fugindo, tal como uma criança que se perde dos Pais, evitando o pânico da rejeição e da desorientação consequente da sensação de estar perdido, a pessoa em geral, procura sofregamente, pertencer a algo, dessa forma, sente-se protegida a factores agressivos e contrários a um dos principais factores das prioridades do ser humano. A segurança, primeiro anti-vírus, ao medo em sentido lato.

Que época terrível esta, onde idiotas dirigem cegos.
William Shakespeare
A questão do pseudo-verde ou o fervor ambientalista, uma enorme fraude para entupir os olhos das pessoas que separam religiosamente o lixo; plásticos, vidros, pilhas e em geral, na verdade tudo misturado resulta numa enorme geraldina.
Na verdade, tudo continua na mesma, enquanto governos, corporações e multinacionais, investem fortemente na ideia verde, para de facto, manter tudo quase no mesmo, na produção efectiva de poluição que envenena de facto o ambiente deste planeta, que faz ao mesmo tempo, com marketing forte, normalmente casais saudáveis, céu azul e casa na pradaria.
As pessoas compram imagens emocionais primeiro, e em seguida, o produto material.

 À primeira vista, a mercadoria parece uma coisa simples, trivial, evidente, porém, analisando-a, vê-se complicada, dotada de subtilezas metafísicas e discussões teológicas.
Karl Marx, o Capital
Nessa linha, quase que se pode dizer, que a democracia em que a maioria acredita ou crê, como sublime e máximo de justiça política, na verdade, é tão ou mais fraudulenta que os regimes fascistas e em tempos muitos idos, feudalistas.
A ilusão da escolha, crendo as populações democráticas a ideia de que têm voz na matéria, uma espécie de Coca-Cola e Pepsi, na realidade o mesmo dono.

A opressão se moderniza estendendo-se por todas as partes, as formas de mistificação que permitem ocultar nossa condição de escravos.
Mostrar a realidade tal qual é na verdade e não tal, como mostra o poder constitui a mais autêntica subversão.
O documentário que se segue - imperdível - foi realizado em 2009, imagine-se pela a assertividade, de Jean-François Brient - De la Servitude Moderne.

Numa época, como qualquer outrora vivida por quase todos nós, cheios de si, julgando-se muito inteligentes, intelectuais e sabedores de si mesmos, quando na verdade, esta humanidade vive na infância negra de si... Pensando alguns, na sua inocência, serem, os Iluminados...


quinta-feira, 22 de março de 2012

As crises do capitalismo


De tempos em tempos ocorre uma crise, em consequência dos ciclos da oferta e da procura. Na realidade, os vectores da oferta e da procura, são apenas, uma pequena parte do "jogo" em que vivemos. Na verdade, existem uma série de variáveis não contabilizáveis que alteram por completo as regras dos variados "modus vivendis" das populações.
Essas variáveis, vêm de uma suposta natureza humana, se assim possa ser chamada, tal como a ganância, a obsessão, o egoísmo, o ressabiamento, o recalcamento, entre algumas outras, que se configuram no campo das emoções, dessa suposta ideia, da natureza humana. Emoções negativas e do foro patológico.

O capitalismo selvagem que tem imperado nas nossas sociedades, mostra-nos isso mesmo. Como forma de organização das nossas sociedades, aumenta a desigualdade brutal da distribuição da riqueza produzida, no aumento do desemprego e esta com sub-divisões; ao nível da precariedade no trabalho, na diminuição do poder reivindicativo, na aceitação sem condições de condições por troca de um mísero salário.

Quando em tempos idos as empresas se designavam por Companhias, tinham ao mesmo tempo, enormes massas de trabalhadores, que se organizavam e faziam jornadas de luta temíveis, pelo seu direito à dignidadade enquanto pessoas humanas.
Desses tempos aos de hoje, uma espécie de patronato, aprenderam com o tempo e com as experiências. Hoje as Companhias estão disseminadas e diluídas em Grupos Económicos, divididas em várias empresas, muitas até, em vários pontos do mundo, conforme a legislação fiscal e laboral, mais favorável ou não. Departanlizando e dividindo as forças de trabalho em empresas de out-sourcing, em empresas irmãs e primas, diminui-se o poder reivindicativo, aumentando em proporção o trabalho precário, no contexto do terror da renovação do contrato, paulatinamente, vamos regressando ao trabalho à jorna, sem direitos e calados e conformados.

No caso específico português, enquanto se grita com o ministro A ou B, não é indivíduo em si que encarna a personagem, mas sim, as políticas que preconiza que têm especial relevância.
No Portugal de hoje, vendem-se ao desbarato empresas nacionais de sectores estratégicos à soberania, que por essa via, os lucros ficarão na mão de accionistas estrangeiros, que nada têm a ver com o bem estar e a qualidade de vida da população, mas sim e unicamente, com a remuneração dos investidores, maior parte deles, a residir noutros pontos do globo.
Enquanto o governo actual, estimagtiza de forma sem precedentes, o funcionário público, aquele que paga os todos os impostos que são devidos ao contribuinte.
Se temos ou não, muitos funcionários públicos, tal facto deve-se às tremendas e ruinosas gestões públicas dos partidos políticos PS e PSD que têm alternado entre si  a governância deste país. E quem sem decoro e falta de vergonha na cara, são de forma directa pelos seus dirigentes e de forma indirecta pelos seus comentadores que pululam nos media, que dizem com uma enormíssima lata, que o país vive acima das suas possibilidades.
Quem lhes metesse um balde de merda pelo focinho abaixo, era pouco!

Na questão dos resgates financeiros soberanos, o escândalo é de bradar aos céus...
Aquando da criação da moeda única em 2002, ao mesmo tempo que os estados aderentes, reduziram parte da sua soberania, transferindo para o recém-nascido BCE as suas políticas monetárias.
A coisa é surreal, enquanto a Grécia aprova um segundo pacote de intervenção, enquanto Portugal e Irlanda se torcem para cumprir os empréstimos que obtiveram em condições mais do que draconianas, o BCE em duas tranches concede empréstimos no valor 1 mil milhões de euros aos bancos europeus, sem condições, a 1% e com algumas garantias.
Isto é um escândalo de proporções infinitas, contida pelos media na mão de meia-dúzia de grupos económicos (ex-Companhias).

Para quem "ainda" não quer perceber, fica o vídeo em desenhos animados...



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

sábado, 17 de março de 2012

Phenomena

Canfa 2012

Por momentos de vislumbre, segundos de sol reflectidos em vales de sombras, um rio corre tentando ganhar confiança, dos seres presos nas margens, que todos assistem, a essa corrida de sentido único.
E se uma flor marginal, que se questionasse, por exemplo... E se o rio corresse noutro sentido? Ou para os lados? E se desobedece-se à lei gravitacional e seguisse uma outra lei, mesmo que abstracta, uma lei inventada e contraproducente às leis da vida... Porque em boa verdade, a vida e a morte, se entre-cruzam todos os dias.

Em boa verdade, não se nasce, mas sim, se renasce.
Em boa verdade, não se morre, mas sim, se acorda.

As pessoas em geral, têm-se como muito inteligentes, tal a soberba ingénua por que se tomam. Alias refira-se, a medricagem que a população humana vive e sobrevive, a começar pela tanafobia - fobia da morte - em que vive. Ou seja, vive, com o medo de morrer. Quando na verdade, uma e outra se complementam, ao mesmo tempo que a existência persiste. Vive uma contradição meridiana, no seu simples intelectual de ver as coisas.

Essa mesma soberba, que por um lado se destroem alimentos para manter o preço, nos mercados de derivados, por outro lado existem pessoas que morrem por doenças consequentes da fome.
Este é o anátema da sociedade em que vivemos.
Só por isto, se depreende o nosso nível de evolução, enquanto espécie.

Enquanto nós, por todo este mundo, vivemos os devaneios, delírios, desmaios, hipnosis, alegrias, comas, sonambulismos, medos e fobias. 
Na verdade, somos partes integrantes de tudo isto, cada um na sua quota-parte.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Se não têm pão, que comam brioches!


Esta frase é atribuída a Maria Antonieta ( Marie Antoinette Josèphe Jeanne de Habsbourg-Lorraine ) rainha de França que viria a ser guilhotinada após os desenvolvimentos da revolução Francesa de 1789.
Entre os historiadores não é consensual que a célebre frase tenha sido proferida pela rainha a uma das suas camareiras certa vez que um grupo de pobres foi ao palácio pedir pão para comer.
Era considerada pelos influentes economistas da época, Turgot e Necker, a "madame déficit". Viria a ser guilhotinada após de dois meses de conciergerie, a 16 de Outubro de 1793.
Foi nesta revolução que nasceram os conceitos de esquerda e direita, consoante se sentavam na Assembleia pós-revolução, jacobinos, girondinos, sans-cullotes, monárquicos, proprietários rurais e por aí adiante.

Independentemente da verdadeira autora da frase, ela encerra em si mesma, uma mentalidade meio ingénua, meio naif, de quem não tinha a verdadeira noção do momento, nas suas várias valências; políticas, económicas e sociais. Ou seja, nunca souberam as dificuldades que os povos que representam e nos quais tomam decisões.

O actual governo português, vive nesse anátema.
Em primeiro lugar, funciona meramente como uma sucursal dos seus credores externos. Em vez de governar para o bem estar e desenvolvimento da nação, a sua lógica é de empobrecê-lo.
Em segundo lugar, a lógica de quem não concorde, que emigre.
Logicamente, que este governo está errado de fio a pavio. Mais grave, estando convicto, ou pior, transmitido a ideia de que está a fazer tudo o que é correcto.
Coloca-se aquela questão, de que a maior parte já sabe a resposta - Mas para é que quem este governo governa realmente ?
Até dá pena, ver estes meninos, no meio dos grandes galifões internacionais, especuladores, traders, que jogam com toda a força, contra os imberbes e inseguros.

Enquanto por um lado, vemos um ministro das finanças quase de cócoras a agradecer ao seu congénere alemão, o eventual alargamento dos prazos de retorno financeiro - "Muito agradecido, muito agradecido!", enquanto fazia vénias de vassalagem. Obviamente, que Gaspar confirmou que aquelas imagens nunca deveriam ter sido emitidas, tal a humilhação, o que na verdade ocorreu foi mostrar o espelho da realidade em que vivemos, um verdadeiro apêndice europeu.

Por outro lado, a verdadeira energia do "Se não têm pão, que comam brioches!", vem do deputado do CDS (ex-jota), João Almeida, referindo-se à nova lei de mobilidade da função pública -"Os funcionários públicos que entendam que a mobilidade proposta não é solução podem, no seu interesse, negociar a rescisão".
Não lembra a ninguém tamanha inocência, o pujé não tem conhecimento de todo, o país em que habita.

Estamos entregues ...



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

sábado, 3 de março de 2012

A moda dos "Vampires"


De mil em mil anos surgem modas deste tipo, ao mesmo tempo que as pessoas se afligem, como se fosse, algo de importante.
A questão que se coloca aos vampiros, é a seguinte ...?
Porque é que não lambem as coninhas, ou passarinhas de milhões e milhões de mulheres que se menstruam mensalmente, neste planeta ?

Somando a este facto inolvidável, com as constantes guerras que se perpetuam no tempo e com, tanto sangue derramado ao acaso, não existem razões de queixa!
Vejam o anormal do chupa-cabras, algures no México, psicopata desiquilibrado a sugar sangue em animais de pasto, e depois são os extra-terrestres!

Os vampiros existem, não aqueles que se vêem nas séries TV, com enredos românticos e lobisomens à mistura... Por exemplo, o parvalhão do Miguel Relvas, com evidentes desíquilibrios mental-somáticos.
Um dia a verdade vem ao de cima. Tal como a história nos ensina.

Com todo o fervor de uma autoridade moral possuída, pelo ser, ao mesmo tempo que armazenamos bocados de cadáveres para comer mais tarde.
Enquanto defendemos espécies em extinção, grelhamos e cozemos outras que nos garantem a vida.
Esta é a nossa condição primitiva, desde o bairro das barracas até ao condomínio de luxo.