domingo, 30 de janeiro de 2011

Água viva


A água vive, não morre, às vezes fica choca, mas é sempre viva e por si vivem vidas.
Muda de estado líquido, para gasoso, também solidifica. Gela e evapora.
Hidráulica que procura intensamente um sítio de passagem, para correr.
Enquanto dá vida, ao mesmo tempo ceifa-as, no seu mar, sepulta vidas e esconde tesouros, também segredos, guardados nas profundezas do oceano.

Tal como a alma, que não morre, que de tempos em tempos renasce e soma mais uns pontos à sua experiência, à sua manifestação.
Quando atiradas à vida, sem a lembrança da sua holo-memória e quase às cegas, nas vidas, a alma por vezes vibra, pula, estremece, quer aquela sensação de liberdade - por via de recordações nebulosas - que tem entre-vidas e nesses sentires, os poetas descrevem as emoções sentidas.

As jaulas, são cada vez mais subtis, a ver pelos olhares perdidos no éden.
Estão a matar as almas, deixando-os vivos.
Cada vez mais sozinhos no meio da multidão.
Perdidos e desorientados, o caminho é uma ideia longínqua, desde o tempo em que foram lançados dos úteros, para a vida.



Aguaviva - Poetas Andaluces

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Bibi vs. caso dos submarinos


Estes dois casos lançados esta semana pela comunicação social portuguesa são o espelho da sociedade actual em que vivemos, é um verdadeiro sinalizador dos tempos.
Em edição publicada ontem no jornal Correio da Manhã (pode ler aqui), o juíz Rui Rangel em artigo de opinião com o título de "Poeira de Democracia", coloca o enfoque de uma maneira muito inteligente, diga-se de passagem, sobre a bipolaridade mediática destes dois casos.

Primeiro, o caso "Casa Pia", com as surpreendentes declarações de Bibi, peça central do processo, que vem agora afirmar que esteve ao longo destes anos todos sob efeito de medicação, e que supostamente - não tem bem a certeza -, com os copos de água que a PJ lhe dava a beber, alegando que possivelmente estariam inquinados, pois o faziam transpirar muito e derivadas sensações, que todos os arguidos referentes a este processo, são inocentes, incluindo-se a ele próprio.
Este processo, que teve na equipa de defesa dos arguidos, uma estratégia de entupimento, arrolando centenas e centenas de testemunhas, que convenhamos, é uma estratégia de má-fé e de quem implicitamente reconhece a culpabilidade dos factos pelos quais são acusados.
As últimas declarações do arguido chave, Bibi, são a continuação do freak-show que a defesa dos arguidos conseguiram transformar este processo, descredibilizando todos os intervenientes, e ao mesmo tempo, alimentando a voragem da comunicação social que vende, o que o público procura, chamando a si os holofotes da atenção nacional

Na mesma semana, o juíz Carlos Alexandre, decide levar a julgamento o caso dos submarinos, em contraponto, de ter sofrido fortes pressões, e mesmo, ameaças à sua vida. Nesta fase, apenas são constituídos arguidos empresários e gestores que negociaram as contrapartidas deste negócio.
Não se chega a tocar ao nível político, mas o susto, fez movimentar uma série de valências para tentar "inibir" o corajoso juíz.
As leis feitas por políticos têm alçapões propositados. O juíz, cabe-lhe apenas, cumprir a lei.
Ou seja, nas democracias, até é, relativamente fácil inquinar a legislação, legalizando, dessa forma, o esbulho da coisa pública.
Este tema, quase passou ao lado da agenda.

Resultam destes dois casos, que a massa prefere o reality-show, o resto não percebe... por circunstâncias várias, algumas criminosas, na qual a nossa legislação não tem capacidade de criminalizar, pois não foi feita para tal.



Imagination - Just an illusion

sábado, 22 de janeiro de 2011

Estratégias de manipulação

Nunca tanto como agora, a manipulação individual das pessoas e colectiva das sociedades, fora tão intensa.
Hoje e cada vez mais, ela é perpetuada na confusão do dia-a-dia, na ditadura dos números, nas vidas dominadas pelo stress, pelos massivos meios de comunicação e pela globalização das comunicações.
No livro "Estratégias e técnicas para a manipulação da opinião pública e da sociedade" de Sylvain Timsit, são sintetizadas as principais.

A estratégia da diversão
Elemento primordial do controle social, a estratégia da diversão consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mutações decididas pelas elites políticas e económicas, graças a um dilúvio contínuo de distracções e informações insignificantes.
A estratégia da diversão é igualmente indispensável para impedir o público de se interessar pelos conhecimentos essenciais, nos domínios da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.

Criar problemas, depois oferecer soluções
Este método também é denominado "problema-reacção-solução". Primeiro cria-se um problema, uma "situação" destinada a suscitar uma certa reacção do público, a fim de que seja ele próprio a exigir as medidas que se deseja fazê-lo aceitar.
Exemplo: deixar desenvolver-se a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público passe a reivindicar leis securitárias em detrimento da liberdade.
Ou ainda: criar uma crise económica para fazer como um mal necessário o recuo dos direitos sociais e desmantelamento dos serviços públicos.
Ou ainda: após a 1ª guerra mundial (1914/1918) o poder mundial ficou mais concentrado, após a 2ª guerra mundial (1939/1945) o poder em menos mãos ficou. Depois deste último evento surgiram as Nações Unidas, os acordos de Bretton Woods, o FMI e o World Bank, ou seja, problema-reacção-solução.

A estratégia do esbatimento
Para fazer aceitar uma medida inaceitável, basta aplica-la progressivamente, de forma gradual, ao longo de 10 anos. Foi deste modo que condições sócio-económicas radicalmente novas foram impostas durante os anos 1980 e 1990. Desemprego maciço, precariedade, flexibilidade, deslocalizações, salários que já não asseguram um rendimento decente, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se houvessem sido aplicadas brutalmente.

A estratégia do diferimento
Outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular é apresenta-la como "dolorosa mas necessária", obtendo o acordo do público no presente para uma aplicação no futuro. É sempre mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro porque a dor não será sofrida de repente. A seguir, porque o público tem sempre a tendência de esperar ingenuamente que "tudo irá melhor amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Finalmente, porque isto dá tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceita-la com resignação quando chegar o momento.

Dirigir-se ao público como se fossem crianças pequenas
A maior parte das publicidades destinadas ao grande público utilizam um discurso, argumentos, personagens e um tom particularmente infantilizadores, muitas vezes próximos do debilitante, como se o espectador fosse uma criança pequena ou um débil mental.
"Se se dirige a uma pessoa como ela tivesse 12 anos de idade, então, devido à sugestibilidade, ela terá, com uma certa probabilidade, uma resposta ou uma reacção tão destituída de sentido crítico como aquela de uma pessoa de 12 anos". ("Armas silenciosas para guerras tranquilas", do mesmo autor).

Apelar antes ao emocional do que à reflexão
Apelar ao emocional é uma técnica clássica para curto-circuitar a análise racional e, portanto, o sentido crítico dos indivíduos. Além disso, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para ali implantar ideias, desejos, medos, pulsões ou comportamentos...

Manter o público an ignorância e no disparate
Actuar de modo a que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão.
"A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser da espécie mais pobre, de tal modo que o fosso da ignorância que isola as classes inferiores das classes superiores seja e permaneça incompreensível pelas classes inferiores". ("Armas silenciosas para guerra tranquilas", do mesmo autor).

Encorajar o público a comprazer-se na mediocridade
Encorajar o público a considerar "fixe" o facto de ser idiota, vulgar e inculto…

Substituir a revolta pela culpabilidade
Fazer crer ao indivíduo que ele é o único responsável pela sua infelicidade, devido à insuficiência da sua inteligência, das suas capacidades ou dos seus esforços. Assim, ao invés de se revoltar contra o sistema económico, o indivíduo se auto-desvaloriza e auto-culpabiliza, o que engendra um estado depressivo que tem como um dos efeitos a inibição da acção. E sem acção, não há revolução!...

Conhecer os indivíduos melhor do que eles se conhecem a si próprios
No decurso dos últimos 50 anos, os progressos fulgurantes da ciência cavaram um fosso crescente entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dirigentes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" chegou a um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema chegou a conhecer melhor o indivíduo médio do que este se conhece a si próprio. Isto significa que na maioria dos casos o sistema detém um maior controle e um maior poder sobre os indivíduos do que os próprios indivíduos.

O sistema actual de poder, ou o nome que se queira chamar, conhece-o melhor do que você próprio se conhece; eles sabem do que você gosta, do que o motiva, do que o entristece, do que o torna depressivo, do que se revolta, do que o torce e até certo ponto, o click necessário que o leva ao suicídio. Dessa forma eles cada vez mais o controlam, com a souplesse sub-liminar de você não perceber. É o efeito Coca-Cola vs. Pepsi. O conceito é igual, mas basicamente, é oferecida a hipótese de escolha, retirando o stress da opção única, levando o sujeito a ter a ilusão, de que tem a decisão.



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O Pateta Alegre e o Prof. Acabado Silva


São os dois candidatos do mainstream à Presidência da República Portuguesa, um e outro, representam segundo as sondagens à volta de 90% do eleitorado.
Com o "the money can buy" e suas máquinas de retaguarda, um dos dois irá ser o próximo Presidente de Portugal, é a continuação da mesma lenga-lenga, que paulatinamente vai afundando o País para a desgraça completa e total.

O Pateta Alegre, que fala tanto de pátria e aconselhado, pela ala mais raivosa do PS insistiu no tema BPN, que Acabado Silva tinha de esclarecer e tudo o mais. Engasgou-se na primeira esquina.
Devolveu ou não devolveu o cheque do BPP? Era publicidade ou um mero texto literário com fins publicitários? Certo, é que meteu os pés pelas mãos.
Outra patetice monumental e logo corrigida pela enorme estupidez latente, foi o pedido a Acabado Silva de ir sensibilizar alguns chefes de estado em relação às taxas de juro que os mercados financeiros cobram à dívida soberana, a somar aos discursos inflamados contra os mercados, os lobos maus, enquanto o seu maior apoiante institucional, o primeiro-ministro andava numa ufa-ufa a "vender" obrigações do tesouro português, a quem, sabe-se lá a quem!
A candidatura de Pateta Alegre é um tremendo erro de casting, apoiado por um lado pelo Bloco de Esquerda, os mais excitados e ferozes na crítica ao partido de governo e por outro lado pelo PS, o partido mascarado de esquerda que (des)governa o país a uma velocidade alarmante.
Pateta Alegre, que defende o estado social num país em que o salário mínimo não chega aos 500 euros, com uma larga percentagem de idosos com reformas de duzentos e poucos euros, é um dos campeões de recebedores de reformas , uma delas de uma rádio em que lá esteve poucos meses. Falar assim, em tom poético e de voz grave, é fácil!
Sem lembrar outro lado, a rádio "Voz da Liberdade" sediada em Argel, e que confusão foi aquilo!
Entre o Gen. Humberto Delgado e o livro "O Bando de Argel" de Patrícia McGowan Pinheiro e informações emanadas de lá, morreram portugueses em emboscadas na Guiné, pois o inimigo também ouvia rádio.
Pateta Alegre, resumindo e concluindo, é um desertor e traidor da pátria, de forma efectiva e consciente.
Prestou serviço no Regime de Infantaria nº 12 em Coimbra, mobilizado para Angola, quando foi informado que ia para a frente de combate, fugiu. Eis o patriota!

O Prof. Acabado Silva, não se sabe, se professor por extenso ou por sigla, nem como foi efectuado o curso por terras de Queen Elizabeth.
Foi primeiro-ministro, durante as torrentes de fundos da C.E.E., que mal geridas hierarquicamente, foram parar aos bolsos de oportunistas espertalhões.
Possui um rol de amigos, que nem ao diabo lembra. Lucro resultante de acções que não estavam cotadas na bolsa e efectivadas por despacho de um seu ex-secretário de estado, um tal de Oliveira e Costa, nos dias de hoje a viver "maritalmente" com uma pulseira electrónica. A casa de férias no "Allgarve", mera coincidência, quase germinada, por um ex-administrador BPN, e os terrenos serem propriedades de off-shores do "freak-show" grupo SLN.
Acabado Silva que tanto discursa, a unidade nacional, foi o mesmo, que no verão passado, questionava em tom muito dramático - Será que andam a ler os meus e-mails?
A ficha de inscrição da PIDE, que corre pela net, percebe-se que na época era um meio de "subir na vida". Enquanto a comunicação social mansa, como a descreve, não é capaz de o questionar acerca das três reformas que recebe, ao mesmo tempo, que se agarra à mulher a dizer que a pobre coitada tem um ordenado de 800 euros!
Figura de personalidade asquerosa em 1985, quando ganha a liderança do PSD, no dia seguinte até o contínuo cumprimentava, pois... Nem podia ver a Teodora Cardoso assessora portuguesa do FMI em 83/84, que devolvia relatórios em catadupa por estarem mal elaborados ao então director de estatística do Banco de Portugal. Ainda hoje, nem se podem ver!

Temos aqui, o que infelizmente, cerca de 90% do eleitorado português vai votar, contando com a abstenção...
Toda a manipulação que o dinheiro possa comprar!
Porquê?
Porque aqui é fácil e já não há vergonha na cara!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Michael Jackson, acidente ou silenciamento ?

Numa primeira versão, fabricada para alimentar a voracidade dos media, acerca da morte de Michael Jackson, ficou a ideia generalizada de que ocorrera um acidente médico, derivado do abuso de substâncias químicas, principalmente, analgésicos para a dor nas costas.
Será que foi mesmo assim?
Quem era o médico que, supostamente, lhe administrou as drogas? Porquê a azáfama de relatórios, que se desmultiplicaram, no seio de vários serviços secretos relativos ao assunto?
O que realmente estava em questão, e dessa, aquilo que é sonegado diariamente às populações, porque existem círculos de influências que determinam e moldam a informação que melhor nutre a carência de sociedades cada vez mais vazias de valores, de sentido ético e fundamentalmente, a perca do instinto humano das pessoas serem.

O seu enorme sucesso, foi também a sua desgraça. Pelo seu talento, transformou-se na ferramenta ideal, o ideal canal de comunicação para as massas, que poucos querem controlar.
Quando deixou-o de o ser, quase da noite para o dia, empreendeu-se uma das maiores campanhas de descredibilização de uma pessoa que há memória.
Era o preto que queria ser branco, quando afinal sofria de uma doença rara de despigmentação da pele, vitiligo, a qual, a forma como a contraiu com contornos muito estranhos.
Mas isso não chegava, já tinha os holofotes mundiais focados em si. Foram as histórias de pedofilia, o qual se pôs a jeito, fruto de alguma inocência, mas onde, diga-se em abono da verdade, pais sem escrúpulos aproveitaram-se da situação para estorquir umas massas.
Construiu-se todo um verdadeiro freak-show à volta da pessoa, a que, a sua imagem física também não ajudava, mas o que interessa no final, é que o circo já estava montado e a padronização dessa coisa monstruosa, chamada de opinião pública, já estava formada.
Tenha-se em conta, a pressão!
O próximo vídeo, mesmo descontando alguns exageros, levanta muitas dúvidas.



Logo muito jovem, mostrou um talento natural e invulgar. É sempre bom lembrar, que à falta de ecletismo das pessoas em geral, por serem terrivelmente parciais, como também a insuficiente abertura mental para tudo o que nos rodeia, na sua área de actuação ele era o melhor. Na música e na dança, ultrapassou os limites, foi mais para lá. Bateu os recordes de vendas de Elvis Presley e dos The Beattles, por isso ele era muito importante para determinados círculos de influência.
Além de um enorme talento, reconhecido por mesmo quem não apreciava o seu género musical, era um enorme profissional do show biz, com tudo o que isso acarreta. Inventou passos de dança, deslizava no palco como ninguém e tinha um jogo de pernas inigualável. Fruto de muito trabalho, de persistência, até aos limites das dores o permitirem.
O vídeo em baixo, é de ver até ao fim, um enorme Billie Jean, deixando os seus espectadores completamente delirantes.



Na fase final de sua vida, as suas mensagens continham além da sua revolta, conteúdos políticos bem demarcados. Por coincidência, já não com o mesmo sucesso de outrora, apesar da maior profundidade.
Foi cantar "They Don´t Care About Us", numa das favelas do Rio de Janeiro, bem como, produzia músicas generalistas da raça humana.
O sistema, as super-estruturas, as sociedades secretas ou o que lhes queiram chamar, aproveitaram-se do seu enorme talento, conquanto mestre de diversão de massas, quando ele se apercebeu da monstruosidade que o manipulava e tentou exterioriza-la um pouco, foi silenciado.
Foi limpinho... apesar das pontas soltas.

Em baixo, Liberian Girl.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A mente... mente


Prega partidas, baralha, torce e muitas vezes quebra.
Na grande maior parte das mentes humanas, existem avarias de relevo. Como são atiradas ao mundo, sem manual de instruções, ainda mais se avariam e baralham, com as vicissitudes que uma vida física acarreta.
Aleijam-se, matam-se, atiram-se das janelas, puxam os cabelos, em suma, fazem 31's por uma linha e às vezes, arranjam cada 31, que só.

Derivado do ego, nasce a necessidade incontrolável de justificação, de comportamentos diferentes a terceiros e a obediência a tradições construídas pelo tempo, este último é de uma fugacidade tremenda... Depende do ponto de vista, pode ser demasiado noutros pontos.
A reter, basicamente por falta de lembrança, de "às vezes" pararmos, fecharmos os olhos, deixar o pensamento vaguear, abrir os olhos e simplesmente viver, respirar.
Nesta matéria, toda a gente quer ser professor, só que na verdade, este é assunto não ensinável, é individual, cada um sabe de si, daí cada indivíduo é diferente ao seu antecessor, tem a sua marca própria, até mesmo, o espelho não consegue reflectir tudo... mesmo que, cada um de nós possua a sua própria chave.

Por vezes, é preciso limpar os "resíduos" que muitos dias-a-dias deixam na nossa mente... Basta ver e ouvir.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Carlos Castro assassinado


Carlos Castro faleceu assassinado, ao que parece, num quarto de hotel em New York, a cidade de romances alheios e quiçá, non-sense.
Questionam-se, muitos dos seus leitores(as), o que fazia um homem de 65 anos com um rapazola de 20 anos?
Este é o cerne da questão.
Onde estão os meus desfiles de moda que me prometeste? E as pessoas famosas que me disseste que me ias apresentar? E as roupas caras que me prometeste?
O homem que fez vida e carreira a comentar o que vestia chica A ou chica B, o primeiro colunista social português .
O mundo da fama e a ânsia desesperada de entrar no meio, leva muitas vezes a desfechos trágicos, num intrincado jogo de interesses.
O rapaz, meio traumatizado, ainda se tentou matar, cortando os pulsos, estando agora na ala psiquiátrica, na qual já lhe fizeram saber que estragou a sua vida.

Por outro lado, a nível espiritual, estas formas de vida "chamam", assédios energéticos muito fortes, e uns chamam outros, principalmente pela energia patológica que é exteriorizada pelos intervenientes físicos, elevando os percentuais de possessão mediúnica em certos momentos.
A esta hora, o sujeito físico sobrevivente, questiona-se - o que é que eu fiz?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Uma certa espécie


O que se negoceia nas praças financeiras, vulgo mercados bolsistas, é uma ilusão, que se reflecte na vida de milhões de pessoas. O valor das cotações não reflecte a real actividade das empresas cotadas.
Quase tudo é fruto de manipulação de informações, num jogo cada vez mais complexo em que já quase ninguém, sabe como se determina.
O único objectivo, é só e apenas o lucro.
Na demanda do lucro e da rentabilidade, não cabe a fome, o desespero e a humilhação.

Que o diga a Exxon, por exemplo, que nos anos 80 e 90 explorou os recursos naturais do Chade, enquanto na altura, o país mais pobre do mundo, a vampiresca multi-nacional se vangloriava dos seus resultados financeiros, regojizavam accionistas, que não mais esperam, do que o lucro devido, rentabilizando o seu investimento.
Tudo está em torno do - Ó Abreu, dá cá o meu!

A perversidade do sistema é tão mostruosa, que coloca explorados contra explorados, sem se conhecerem, sem se aperceberem, e principalmente, desconhecerem o prejuízo que causam uns aos outros.
Em meados dos anos 90, o Ruanda recebe uma remessa enorme de catanas produzidas na China, que foram o instrumento principal de um dos maiores massacres de vidas humanas num curto espaço de tempo.
O trabalhador chinês, explorado até ao tutano, que tem uma família para manter, cumpriu com as suas obrigações profissionais, quase sem direitos, trabalhando de sol-a-sol, para manter o seu lugar na fábrica e que daí trazia o rendimento para alimentar os seus. Do outro lado do mundo, o produto que saíra das suas mãos, chacinava vidas humanas. Enquanto noutras partes do globo, analisavam-se consequências diplomáticas, politicas e financeiras da questão.
E noutros, ao mesmo tempo, nos intervalos dos telejornais, muitos sem saberem do que se passava, questionavam-se, se tinham comido chocolates a mais ou se teriam que mudar de dieta.
Quem vende os chocolates e as dietas, são os mesmos.

Somos uma espécie, que como espécie, até faz espécie!



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A sequência de Fibonacci


Leonardo Pisano, conhecido por Fibonacci, compilou uma sequência de números, deriva do seu conhecimento, dando origem a aquilo que chamamos "A sequência de Fibonacci". É uma fórmula simples, somando os números entre si, chega-se a uma conclusão infinita.
Há 1.200 A.C. ... O mais curioso, é que esta sequência numérica, é encontrada, na Vida, e daí se especule, que talvez exista uma "mão inteligente", por detrás de tudo o que experimentamos nestas vidas físicas
Enquanto farejamos provas, uma espécie de ver para crer, desconhecemos que porventura essa assinatura já lá esteja, talvez há milhões de anos.
Se considerarmos, uma consciência livre, livre de um corpo biológico, das prisões inter-cármicas , que nos arrastam em infindas vidas, mais ou menos, melo-dramáticas.
A respiração liga-nos, tal como as doenças, contaminamos-nos, mais ou menos pelas mesmas, num leque muito abrangente, na psico-somática.
As profissões de fé e suas crenças religiosas e todas as outras sub-variantes de manipulação da mente, oriundas da mente de um para os outros, manipular mais outros.
Tal como os radicais livres que circulam nos nossos corpos. O gás altamente corrosivo que nos permite a vida, é o que nos mata lentamente, o oxigénio. A vida por si, é uma contradição...
Por mais legumes e frutas que se tomem, por mais campanhas de vida saudável que se sigam, invariavelmente, um dia iremos falecer. Após tantas vidas, já se deveria entender um pouco mais...

sábado, 1 de janeiro de 2011

2011

Enquanto aguardava, com a concerteza de que iríamos ter com ele, sentado num banco de jardim composto por magnólias e orquídeas, entre outras. Esfumaçando a sua cigarrilha de café com leite, sussurrando ao mesmo tempo, aos mais curiosos e afoitos - Venham até mim, meus meninos! Não tenham medo de mim, pois, vos saúdo!
Ao lado uma menina, pré-adulta de cabelos compridos e escorridos, negros como a noite, com um casaco comprido, acima das canelas, de desenhos dourados aleatórios, mas simétricos. Esticadita a menina segura com as suas duas mãos uma mala. Tinha um olhar vectorial e mal morto, meio côncavo, mal se mexia. Branca, branca, que parecia uma alma!
Por uma vez, levou uma das mãos até ao seu plexo-solar e fez o sinal de O.K., revelando nos seus três dedos; grande, anelar e mindinho, três 6 desenhados. 666, o que será? O que será, será...
Numa porta nova, um relógio, às cores, esperava as horas do seu tempo, para entrar a horas, sabendo de antemão que, chegar a horas é chegar tarde.
De soslaio, observava a Circunstanza, a sempre mal-fadada, das fadas. Carrega nos seus ombros, qual Atlas, a vida de muita gente, como porcelana, desfeita em cacos. Pergunta se não sabem o que é cola, de que é possível juntar peça-a-peça, enfadada com essas peças.
Nem por acaso que se vestem, nestas ocasiões para dar sorte, umas cuecas, com o rótulo de origem, enfiado no rabo.
Aliás, nestas questões, pode ser como um ovo, ou como um melão... Tudo tem a sua lógica... Mais ou menos, porque na zona cinzenta, está o resto que falta, aquele que não dá zero, outras matemáticas, imprecisamente!



GNR - Quando o Telefone Pecca