domingo, 29 de agosto de 2010

Chips nas matrículas


Será que os chips nas matrículas ajudam à resolução, na sua quota parte, dos problemas do país?
À luz da realidade do dia-a-dia e por quem tenha um razoável entendimento do momento presente, obviamente que não.
Numa análise mais lógica, mais ou menos técnica, Portugal ao que "parece" tem neste momento problemas muito mais gravíssimos por resolver.
Portugal figura nos mais variados top tens da desgraça e pobreza de espírito; na desigualdade de distribuição dos rendimentos, no endividamento externo (público e privado), países com maior probabilidade de incumprimento da dívida (segundo a CMA Datavision), na U.E. o quarto no desemprego e no trabalho precário é o campeão europeu.

Passamos agora a ser únicos no mundo da globalização, da competitividade e da tecnologia, ao criarmos o DEM(o), Dispositivo Electrónico de Matrícula. Ou seja, um chip colocado obrigatoriamente em todos os veículos automóveis, reboques, motociclos e triciclos, com o propósito de, ao serem identificados nas portagens, procederem automaticamente ao pagamento da respectiva portagem na via por onde circulam.
O cidadão não tem hipótese de escolha, é obrigado a pagar 23 euros para a instalação do DEM(o), mesmo aquele, que preferiria parar na portagem e ser atendido por um portageiro, função que irá ser suprimida.

A empresa pública, responsável pela fabricação e distribuição do dispositivo, com um enorme encaixe de capital à partida - pelo facto da obrigatoriedade - dá pela designação de SIEV, S.A. - Sistema de Identificação Electrónica de Veículos.
Mais uma empresa que ganha, por obra e graça da fada-madrinha, um negócio caído do céu, sem concorrer a um concurso público e livre de apresentar um caderno de encargos. Tal, nestas bandas, já tinha sucedido com os poderosíssimos computadores Magalhães, fabricados pela empresa J.P. Sá Couto, outrora, em incumprimento fiscal.
No site da SIEV, S.A., existe toda uma panóplia informativa, em como obter o famigerado chip e como pagar. No que concerne à composição dos seus orgãos sociais, bem como, os seus estatutos, zero.
Fica a pergunta, será mesmo uma empresa pública? Ou meio privada? Será um pássaro? Será um avião? Será Superman?
Hoje em dia já não se sabe bem...
Dizem as más línguas, eu não acredito, pois no governo é só gente séria e honesta, que a administração do tal SIEV, são de pessoas do PS (Partido Xuxialista) ou ligadas a ele, pessoas de bem, imagine-se!

Ao mesmo tempo que o P.M. entrega a construção e a gestão de hospitais ao maior grupo privado na área da saúde e em simultâneo elogia o S.N.S., voilá... que dizer.

Por isso e a propósito, volta a figurar neste blog a canção da belíssima Cris Nicolotti - Vai tomar no cú.
Com a profunda sensação, que tanto governo como oposição, face da mesma moeda, adoram tomar no cú.
Há quem diga, e eu não acredito, que até blós-blós a cavalos.
Mas, vamos ser sérios, porque este país é de gente séria, alicerçada em credibilidade e honestidade acima de qualquer suspeita. Temos dos menores índices de condenações de políticos, empresários e banqueiros a comprovar tal facto.

Portanto, resumindo e concluindo, a mensagem central que se tenta passar é a seguinte:
Metam os chips, bem no meio do olho dos vossos cús.
Governantes incompetentes e que não fazem as coisas certas.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Tudo é relativo


A sério e a brincar. Tudo é relativo.
O tudo, também é passível de interrogatório, de dançar, de bailar, enganar, ludibriar... no fim da linha trair. E ao fim ao cabo, o tudo, também pode sair sem nada.
Seja no risco, na adrenalina ou na contrafacção.
A adrenalina, vicia. E quanto mais vicia, mais se arrisca, faz parte do jogo, do risco.
Essa energia a mais que não controlada resulta quase sempre na vampirização energética. As pessoas sugam-se umas às outras, energeticamente claro. Criam-se dependências inter-pessoais, autênticas bolas de neve, que por vezes, degeneram em avalanches, alguém fica soterrado em queixas, pedidos e desabafos.

Há que relativizar... E menos doenças liquidarão séries existenciais, tanto de forma directa ou indirecta.

E depois temos os políticos papagaios, que falam de tudo, mas tudo sai oco, sem conteúdo, falam só para eles, em discursos vazios; Vitalino Canas, João Tiago Silveira, António Arnaut, Miguel Relvas e etc, etc, etc e etc...
Parecem controlados e re-programados por ET's.
Mas quem é que os ouve? Ou quem os consegue ouvir?
Há que relativizar, sem dúvida... Há que relativizar.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O ar que respiramos


O ar que respiramos é tóxico e mata-nos aos bocadinhos, o que nos permite aquela pequena e singela janela de vida, mata-nos aos poucos, o oxigénio. Numa canção ou poema, uma triste sina.
Mas não, não é. É uma oportunidade evolutiva, uma deixa... preferia uma gueisha.

Tanta choraminguice, tanto punho em riste, tanta manifestação, tanta indignação...
Tudo o que foi, é passado, com consequências no futuro sentidas no presente.
Nada é constante, no que, não mais, a constância de mutações, migrações, mudanças e transformações.

Há que anos, que é assim, e por muitos continuará a ser. As lutas das pessoas, que interessa isso num plano universal e intemporal.
Há 12.000 anos demos um salto evolutivo brutal, o da sedentarização, também o cão, que vivia nas orlas dos acampamentos nómadas. Deixamos de vaguear...
Outro grande salto se avizinha para a Humanidade, a espiritualidade, e tal como ontem, não serão precisas bíblias, obras sacras e livros-guia. Reduzida a cegueira espiritual e a amblíopia mental, entraremos num novo paradigma existencial; do auto-conhecimento profundo, de celebrar a diversidade, vivências levadas por valores éticos, independência efectiva, perguntar sempre "por quê", capacidade de colocar as coisas em contextos mais amplos, em suma, uma cosmoética sentida e vivida, na práctica e na teoria.
Estas coisas, são inevitáveis, tal como o ar que respiramos.

Hoje, não sabemos bem, se o clima do planeta muda por nossa causa, mas facto, é que está diferente, para pior, na nossa óptica de interesses.

O crime, é institucionalizado, termos por nós inventado. Muito para além de um sentido ético existencialista, os maiores negócios do planeta são; armas, droga e prostituição e um outro que sempre existiu o da manipulação da fé, o pior e mais difícil de desmontar.
Seja na política ou na religião, logo quando se acorda uma consciência desta matrix, já se sabe, por experiência que vai resistir naquilo em que sempre acreditou, sabe-se que vai passar por fases mental-somáticas. É o processo...

Nós e qualquer um de nós já somos o universo, todos fazemos parte de tudo isto. Está nos nossos braços, nas nossas veias, somos parte integrante de tudo isto, somos peças...

Um exemplo, os primeiros acordes do vídeo abaixo, comprovam a capacidade transcendental de sermos e criarmos.



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

sábado, 14 de agosto de 2010

A saúde mental dos portugueses


Já em Março deste ano, tinha sido objecto de análise este tema, no Extrafísico Blog, devido a uma capa do Jornal i, a doença mental em Portugal. Pode reler, aqui.
Nessa sequência, transcreve-se um artigo muito bom acerca desta questão, publicado no jornal Público a 21/06/2010, escrito pelo médico psiquiatra Pedro Afonso.

____________________

"Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.

Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.

Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.

E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente."

Nikita

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Graviola, Myriad Genetics e Dr. Simoncini



"A graviola ou pinha da Guiné-Bissau é uma planta originária das Antilhas, onde se encontra em estado silvestre. No Brasil, tornou-se subespontânea na Amazónia, sendo cultivada principalmente nos estados do Nordeste. Prefere climas húmidos, baixa altitude e não exige muito em relação a terrenos.A graviola é uma árvore de pequeno porte (atinge de 4 a 6 metros de altura) e encontrada em quase todos os países tropicais, com folhas verdes brilhantes e flores amareladas, grandes e isoladas, que nascem no tronco e nos ramos. Os frutos tem forma ovalada, casca verde-pálida, são grandes, chegando a pesar entre 750 gramas a 8 quilogramas e dando o ano todo. Contém muitas sementes, pretas, envolvidas por uma polpa branca, de sabor agridoce, muito delicado e considerados por muitos semelhante à fruta-do-conde. Desde Março de 2003, e-mails circulam pela internet afirmando que o chá de graviola cura o cancro. Há diversos estudos sobre a anonacina, o composto da graviola que teria efeitos anticancerosos. No entanto, esses estudos foram somente realizados in vitro ou in vivo em animais, não existindo ainda nenhum estudo clínico em humanos. Um motivo citado para a falta de estudos clínicos em humanos é o facto de não se poder patentear uma planta, o que leva os laboratórios que patrocinam os estudos a concentrarem as pesquisas nos princípios activos, acetogeninas anonáceas (ACGs), em vez da planta. As acetogeninas anonáceas actuam através da depleção dos níveis de ATP ao inibir o complexo I na cadeia de transporte de elétrons nas mitocôndrias, e inibindo a NADH oxidase do plasma de membranas principalmente de células tumorais. Por outro lado, o consumo frequente de graviola está associado ao aparecimento de parkinsonismo atípico em certas regiões do Caribe. Em Angola, a fruta é conhecida como "Sape-Sape" e não é cultivada de forma sistemática ou industrial."
fonte wikipédia

Na luta contra o cancro, as intricadas e labirínticas legislações das sociedades vão no sentido da protecção do lucro das poderosas indústrias farmacêuticas e biotecnológicas, do que a efectiva cura das doenças. Isso não seria rentável a médio/longo prazo para as empresas do ramo cotadas em bolsa, desvalorizariam e como consequência os seus accionistas iriam receber menos dividendos, daí iriam alocar os seus capitais para outras áreas de negócio mais rentáveis. Como na investigação científica são precisas enormes fontes de financiamento, o problema é o modelo na qual está assente, nos dias de hoje, os fluxos de capital. No limite da perversidade do sistema é mais rentável em que hajam doenças sem cura, mas ao mesmo tempo, com tecnologia farmacêutica que sustente a vida do "cliente" por mais tempo. Em vez de se colocar o foco na cura efectiva, o modelo actual investe não em curar, mas em perpetuar a relação comercial até ao resto da vida do cliente.

Outro argumento, como factor de bloqueio, são as questões das patentes. Se no caso da graviola é utilizada a questão das patentes para não se investigar nos seres humanos, nos Estados Unidos da América os laboratórios patenteam os genes responsáveis por cancros e outros doenças, chegando-se já ao absurdo de cerca de 20% do genoma já estar patenteado por diversos laboratórios.
Por exemplo, a biotecnológica Myriad Genetics, que descobriu os dois genes responsáveis pelo o cancro da mama, o BRCA1 e o BRCA2, é uma descoberta de grande valor para a humanidade, só que em solo norte-americano, as mulheres que queiram saber se são portadoras desses genes só o podem fazer na Myriad Genetics a custos muito elevados. A empresa com o exclusivo sobre esses dois genes faz o preço que quer, entrado aqui outro problema para os cidadãos americanos, o complexo sistema de seguros de saúde.
Existe nos E.U.A. um grande debate entre a comunidade política, médica e científica acerca se se pode ou não patentear os genes, mas o facto, é que neste momento, as novas descobertas são patenteadas.

Também tem circulado pela internet, a descoberta por um médico oncologista italiano, Dr. T. Simoncini outra forma de curar o cancro, através do uso de bicarbonato de sódio (NaHCO3). Na sua carreira de médico oncologista, observava que os seus pacientes com cancro tinham aftas, o que aliás é sabido na comunidade médica.
Ele achou estranho que em todos os pacientes com diferentes tumores, todos eles apresentavam essa semelhança, as aftas. Para tratar das aftas, utiliza-se bicarbonato de sódio. E ao que parece os cancros também começavam a desaparecer.
O médico foi ostracizado pela comunidade médica italiana, por outro lado a comunicação social passa ao lado da terapia utilizada por este médico. Ele tem um site, curenaturalicancro, onde explica as suas terapias e relata casos de cancros por ele já tratados.
Pode ser fraude ou não, mas porque é que não se estudam e analisam alternativas?

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Portugal S.A.


Portugal, nos dias que correm, é mais uma empresa do que um país soberano.
Na pratica, é governado por accionistas, no sentido formal do termo a governação é efectuada por políticos, patrocinados e promovidos pelos primeiros que obviamente têm os seus interesses estratégicos, o mesmo que dizer, não serão propriamente os mesmos do bem estar público.
São eles que lhes emprestam dinheiro, fazem as grandes obras públicas, os grandes negócios e por aí adiante.
De facto, com os recentes testes de stress, mais informação passou a estar disponível relativamente ao financiamento do Estado; Santander Totta - 5118 milhões de euros, Grupo Espírito Santo - 4688 milhões, BPI - 4223 milhões, Millennium bcp - 953 milhões, Grupo Dexia (belga) - 2817 milhões, BNP Paribas (francês) - 2526 milhões, Landebank Baden-Wurttenburg (alemão) - 2170 milhões, Barclays (inglês) - 1226 milhões, estes os mais relevantes. De referir que os grupos portugueses, grande parte do capital não é português.
Não são contribuições, são empréstimos que serão pagos com juros.

A febre da venda excessiva de empresas públicas lucrativas que se pagam ao fim de 4 a 5 anos, ou seja, o Estado já gastou o dinheiro resultante da venda e perdeu para sempre o rendimento que elas geravam e com os capitais dessas empresas dispersos em bolsa, algumas delas a maior parte do capital já é estrangeiro. Empresas de sectores estratégicos para um país.

A saúde cada vez mais privada, foge também cada vez mais aos desígnios do Estado.
E assim, tendencialmente haverão doenças mais rentáveis que outras, haverão tratamentos com menos custos e outros mais dispendiosos, o bom médico, será aquele que for mais rentável, não na cura de doenças, mas que aquele que mais lucro conseguir ao seu hospital/empresa.
Em suma e tendencialmente, trocaremos o cartão de utente pelo o de cliente e nessa lógica deixarão de haver pessoas, mas sim, clientes segmentados de acordo com o interesse comercial de negócio.

Ministros que adjudicam concursos de obras públicas a empresas que se irão tornar, eles próprios anos mais tarde, presidentes ou administradores das mesmas.
Praticamente, todos os grandes negócios do Estado, tem problemas sejam, de transparência, ética, desvio de fundos públicos, erros de avaliação, corrupção, enfim, um rol de situações ilícitas.


Posto isto que quase toda a gente sabe, o que fazer?
Pelo menos duas, por acção e atitude.
O voto é muito importante, por isso quando se avalia um político tem de se seguir a velha máxima: "Diz-me quem te patrocina e direi-te quem és".
Também se podem escolher as empresas de quem se é cliente, para meio entendedor meia palavra basta.

Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ministério Público e a Justiça em geral

Como se tem reparado, o Ministério Público Português já andava pelas ruas da amargura pela sua notória incompetência e incapacidade de quase tudo, a que lhe é proposto nas leis da república, cai agora definitivamente, na lama, com o caso Freeport.
Os procuradores Vitor Magalhães e Paes Faria encarregues do caso vêem após cerca de seis anos e mais alguns em que o processo esteve atravancado, melhor dito, quase uma década, com um despacho minúsculo relativamente às fugas de informação que sub-reptíciamente foram sendo "largadas inocentemente" na comunicação social, independentemente da inocência ou não da figura do primeiro-ministro, queimando em lume brando o seu nome, no relativo a este caso.
Um princípio fundamental na justiça é o da presunção de inocência.
Mas fizeram - os procuradores - ainda mais, deixaram no ar a questão das 27 perguntas, que devido a prazos apertados, não tiveram tempo suficiente, mas mais insólito ainda é o conhecimento público de tais perguntas.
"Não acha estranho receber uma carta começada por - Querido amigo,...", estes magistrados, vivem sem dúvida, num mundo muito paralelo ao da vida real.
O procurador geral da república, com o seu ar de uma nebulosa, talvez para deixar transparecer, um ar de inteligência e de quem está a controlar à distância, não mais revela, de que é um perfeito ceguinho no seu cargo de Rainha de Isabel, como o próprio o identifica, apesar de saber muito bem ao que foi e nunca ter apresentado qualquer proposta de alteração à filosofia do cargo.
A procuradora protegida pela hierarquia faz juz ao seu nome, falaciosamente Cândida, de uma candura enternecedora e atroz ao mesmo tempo.
Por outro lado, quando deviam funcionar em sincronia, a Polícia Judiciária e Ministério Público, trabalham um contra o outro, esgrimindo rivalidades bacocas de serviços que trabalham, apenas para si, em detrimento de um certo suposto sentido de dever e colectivo público.
Também há juízes de comarca corruptos, além de ganharem dinheiro bem acima da média da população nacional, juntando extras inerentes à função, os há, que ganham o gosto pelo dinheiro.

Entra aqui o legislador, ou seja, os políticos, figuras cinzentas que representam interesses, muitas das vezes, diferentes do povo que os elege. Representam principalmente, quem num futuro lhes pagará um bom ordenado e regalias suplementares e a quem interessa transformar a justiça num circo aleatório.
Também esses e por isso que em Portugal ninguém em cargos de administração de empresas públicas é responsabilizado por maus resultados e em casos limites, de fraude do erário público.
Nas grandes empresas privadas, o forrobodó também é permitido.


Dois casos sintomáticos e mediáticos, exemplares da falência do sistema:

O caso Casa Pia; o horror de haver arguidos inocentes e por outro lado de vítimas que nunca mais vêem a justiça a ser exercida.
A questão tempo, é a principal questão deste processo. Não pode ser admissível os arguidos poderem arrolar centenas de testemunhas, com tudo o que isso implica em notificações, testemunhos e sem esquecer a incapacidade dos tribunais portugueses no que toca à ferramenta de agendamento, que leva por consequência a sucessivos adiamentos de audições. Tempo e mais tempo, em processos que deveriam ser resolvidos no mais curto tempo.

O caso das pequenitas desaparecidas, a Joana e a Maddie; que focam a desigualdade de tratamento da justiça. Estes dois casos mostram de forma meridiana, que existe uma justiça para os pobres e outra para os ricos e/ou possuidores de status social.
Leonor Cipriano, mulher pobre e com fracos recursos financeiros, é esmurrada no focinho pela polícia judiciária que lhe tenta à força arrancar a confissão. Quando é entregada num estabelecimento prisional, a directora salvaguardando-se, manda tirar fotografias, para provar o estado em que ela lhe chegou. Os polícias justificaram-se que o fotoshop faz maravilhas.
O insólito e inédito, é que está condenada e presa, manifestando-se sempre como inocente e sem a prova do crime. O corpo não foi encontrado.
Na outra face da moeda, Kate McCann, num caso semelhante, em que também, a pequenita não foi encontrada, não existem confissões de culpa, mas a senhora foi tratada com todas as deferências, pelos vários intervenientes da justiça portuguesa, com todos os direitos que lhe assistem - como aliás deve de ser -, e facto, está em liberdade.
Independentemente da culpa ou não destas duas Mães, e que sofrem, por uma ou outra razão.

A justiça em Portugal, perdeu de vez o seu valor fundamental, a confiança. Com tudo o que isso acarreta; a falência do Estado de Direito, os investimentos que se deixam de fazer neste canto à beira-mar plantado e o dinheiro que é desviado todos os dias da coisa pública.