segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Mesmo com todo o amor que houvesse, o natal é sempre parcial


Dentro de uma certa ambiguidade, mesmo com todo o amor que houvesse, o natal é sempre parcial.
Não deixa de ser um alimento mental-somático, em que as pessoas tentam mostrar que são pessoas, que são capazes, projectando uma falsa imagem para o exterior, quando na verdade, estão inseguras de si mesmas, carentes de aprovação social e no extremo a sangrar por dentro.

Esta ideia, imbuída de um certo espírito de natal e de amor, é a muleta perfeita para nos "ainda" ir lembrando de que somos todos um. Apesar de a data, significar apenas, mais um dia de calendário, principalmente, a sociedade ocidental, chamemos-lhe assim, marcadamente entronizada com as tradições católicas, que enche o peito nesta altura do ano, fica levante e exteriorizando - Ai o natal! O natal ...! A que se segue imediatamente o velho chavão, de que o natal deveria ser todos os dias do ano.
Além, que a quadra é acompanhada com todo um quadro imaginário de neve, luzes, pai natal, muitos fritos e gastronomia conforme a zona geográfica onde se celebra. Na parte gastronómica, a abundância, também acompanha a afirmação económica e social alcançada, bem como, o respeito da tradicionalidade de uma celebração cristã, independentemente de serem crentes ou não crentes, o que importa, é que é muito bonito, e as pessoas demitem-se de questionar o porquê e ficam-se pelo porque, porque é muito bonito e pronto. Reflexo da grilheta mais profunda do ser social, o medo de ser diferente.

Por outro lado, os excluídos das grandes festas familiares, da abundância, das luzes da árvore de natal, por rasteiras que a vida passa, desejam no seu mais profundo âmago que este tempo passe depressa, porque, enquanto dura, as destrói por dentro. É uma altura do ano, pródiga em suicídios; tentando, como chamada de atenção ou o concretizado com sucesso, mais aqueles com a vontade, mas sem força para comete-lo. O ego consome a alma, e por ele são destruídos, quando afinal, é apenas mais uma data de calendário, nada mais. É um dia como todos os outros e todos os dias são importantes.

Como em todo o mundo ainda pontificam diversas religiões, todas têm as suas datas sacras, esta é uma, com as suas crenças e tradições.
O patamar evolutivo, nem é mais, nem menos, é o que é, construído por todos nós e hoje ( princípios do séc. XXI ) para lembrarmos, que temos de respeitar o outro, que o amor é grande força do universo e por aí adiante, precisamos, como colectivo, de eventos desta natureza, então que se celebre.
Agora, fica a questão. Após tantos anos, como espécie dominante e constatando o que já conquistamos, olhando para o mundo em geral...
Celebramos o quê? Um degrau na escada, talvez?

" De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre a começar,
A certeza de que é preciso continuar,
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto, devemos; fazer da interrupção um caminho novo, da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro... "

Fernando Pessoa





Cazuza - Todo o Amor que Houvesse Nessa Vida

domingo, 19 de dezembro de 2010

Vejam bem


À porta da igreja, os mendigos estendem a palma das ilusões e dos sonhos que outrora tiveram. A vida é cruel.
Eu não dou esmola. Eu não sou caridoso. Não alimento um sistema monstro. A caridade é o resultado da falha do sistema e dar é manter essa condição.

Vejam bem...
O mundo que "ajudaram" a criar é o mesmo por que se torçem e gritam.
Cada um, tem a sua quota-parte, de responsabilidade. Uns mais que outros... Tal como nas crises, pagam mais os que menos responsabilidade tiveram, em porções desproporcionais.

A colectividade protege o seu amor-próprio, se um grande número de pessoas , escreve Freud na Psicologia Colectiva e Análise do Eu, se juntam à volta de um mesmo ideal do Eu, isso reforça as suas esperanças arcaicas. Por esperanças arcaicas, Freud entendia esse amor por si próprio que é transmitido a toda a criança pela mãe, e que se traduz, geralmente, pela palavra narcisismo.

Em patologia, viemos à vida humana para sermos felizes, amar e ter prazer. Quem ama não sofre. O que faz sofrer é o desamor, a patologia do ódio ou dos caprichos. Quem ama de facto, não reivindica, não censura nem vive na insegurança dos ciúmes ; compreende, perdoa sempre, renuncia com alegria, harmoniza, pacifica e beneficia.

Vejam bem...
A macacada, excitada e de pêlos no ar, vestidos de poder; temporários e empregados, do alto da cadeia alimentar, um dia - quando despertarem - percepcionarão quem lhes comanda a consciência ética, não são nada.

Veja bem...
Enquanto um homem passa fome e um cão é abandonado depois de acarinhado e tratado, após de não satisfazer o lado negro humano. Atirado ao vento e à sua sorte...A humanidade não é sinónimo de bondade, mas sim, algo que ofereça algo do seu interesse.
A fronteira de as pessoas deixarem de ser pessoas e passarem a ser selvagens, é muito ténue, quase invisível e num instante fugaz.

Vejam bem...
Ser social polarizador seguro e assumido das reivindicações justas. Mais forte afectivamente e detentora de sentimentos elevados, já dominadores das emoções superficiais e vulgares.

Vejam bem...
No relativo à comunicação, o telefone, inventado em 1876, catalisou a comunicabilidade interpessoal e dessa , a inteligência evitadora da idolatria consentida, da divinização permitida pela demagogia política e lavadora de cérebros. Aquela que diz, que os meus mortos são mais justos que os teus, independentemente das manchas de sangue que percorrem nas suas palmas.


Zeca Afonso - Vejam Bem

Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Follow the leader


Inserido num programa global, sem rosto, sem marca clara e dentro de um semi-construído pensamento dominante de robotização geral das massas, existe toda uma indústria que dissemina nas formas mais subtis, a ideia de seguir um líder, de que existe uma hierarquia que toma conta de nós, enquanto dormimos o sono retemperador. Protegem-nos dos maus que nos querem fazer mal.
A música "Follow the leader" é a mais clara amostra dessa espécie de evangelização que ocorre há já algumas décadas. Tem várias versões e estilos, passa um pouco por todo o mundo e tem o ritmo necessário para agarrar as várias gerações que passam por ela, distraídas pelos confusos egos adolescentes .
É repetitiva; tem a linguagem universal, o inglês; funciona como mantra; enaltece os termos, follow, leader e left and right. Inculca nas mentes mais jovens - ainda esponjas de conhecimento - a ordeira marcha militar com a mensagem principal/sub-liminar de seguir o líder, implicitamente a obediência... sem questiona-la.

Nesta linha, salienta-se a questão Wikileaks, que porventura, não será o mote ideal para restringir a verdadeira expressão de liberdade? O pretexto ideal?
Sobre este aspecto, abordava Pacheco Pereira no seu artigo de opinião, no sábado passado no jornal "O Público" relativamente, aos integrados e os apocalípticos. Só que nesta tentativa de tudo classificar, falta a explosão exponencial da evolução da sociedade nesta orgástica selva tecnológica e sem retrocesso. Por exemplo, pode haver integrados e apocalípticos e vice-versa e mais outras dezenas de variantes.

E tudo isso, assusta o status quo vigente...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Deus


Na edição de Dezembro de 1990, a revista LIFE identificou 77 nomes, como nomes de Deuses utilizados em todo o mundo, conforme a linguística e crença dos povos.
O termo Deus, foi e é um enorme repositório de tudo o que é a vida das pessoas; as suas responsabilidades, os seus fracassos, os seus sucessos e o que lhe escapa à compreensão, na forma mais imediata de lógica.
O Homem criou Deuses; do vinho, do amor, dos céus, dos trovões e de tudo o que desconhecia. O medo do desconhecimento ficava colmatado com a responsabilidade de um ser superior.
Criou as religiões, em torno de uma figura matriz, o exemplo e a perfeição. Simbolicamente cada civilização atribuiu a sua figura física à beleza máxima geneticamente perfeita de seu povo. Desde o bebé Nestlé - branquinho e de olhos azuis -, ao bebé africano negro Benetton, às representações asiáticas, às figuras do sub-continente indiano do hinduísmo com particular relevância aos Vedas (que vem do conhecimento), até às milhentas de representações tribais espalhadas por todo o planeta e que vivem o mesmo sentir por algo que o conhecimento presente não abarca.

O Homem sempre tentou definir aquilo que não vê, o que não ouve e dessa forma controlar e manipular esse algo incerto aos outros esperançados a uma resposta que derrube todas as questões;

- Igreja Católica: " Deus é um Espírito eterno, independente, infinito e imutável, presente em todos os lugares, que tudo vê e governa o universo. Porque tem inteligência suprema, não tem corpo, nem forma, nem cor e não pode ser compreendido. (Rev. P. Collot, Catecismo Doutrinário e Escritural da Igreja Católica, publicado em Montreal) ".

- Igreja Metodista: " Há somente um Deus vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo ou partes, de poder, sabedoria e bondade infinitos, o criador e preservador de todas as coisas, visíveis e invisíveis; e na unidade desta Deidade há três pessoas, de uma substância, poder e eternidade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. (Disciplina Metodista, publicado em Toronto, 1886) ".

- Igreja Presbiteriana: " Há somente um Deus, vivo e verdadeiro, infinito em ser e perfeição, espírito puríssimo, invisível, sem corpo, panes ou paixões, imutável, imenso, eterno, incompreensível, todo-poderoso, de infinita sabedoria, santíssimo, livre, absolutíssimo, obrando todas as coisas de acordo com o conselho de sua vontade imutável e justa, para sua própria glória; é todo amor, graça, misericórdia, longanimidade, abundante em bondade e verdade, perdoando iniquidade, transgressão e pecado, galardoador dos que o buscam diligentemente; é contudo justo e terrível em seus julgamentos; odiando todo pecado e não perdoando de forma alguma os culpados. (Confissão de fé da Igreja Presbiteriana, Cap. 2, Art. 1) ".

Deus somos todos nós, tudo o que existe; a bíblia, o corão e o tanakh e todos os demais são meros livros compilados por pessoas, num contexto de importância que é factualmente relevante pelos determinados contextos dos inúmeros presentes vividos. Daí se possa aferir que a relativa sacralidade é relativa.

Se tomarmos, como por exemplo, as consciências livres, pelo seu desenvolvimento, arcaboiço mental-somático e energético, como deuses, por já não precisarem de corpos físicos para se manifestarem, é sempre bom lembrar, que esse estádio evolutivo, não é o fim, é uma continuação, claro que com outras responsabilidades evolutivas, mas todos nós estamos nesse caminho, provavelmente mesmo antes do Big Bang, ninguém sabe.
Desde a bactéria, do vírus, até às formas mais complexas de existência, todos andamos por aí. Essa é uma verdade relativa de ponta.

E por causa disto, estamos todos ligados uns aos outros...



Gilberto Gil & Marisa Monte - Life Gods

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Luas


E se a Lua fosse embora? E se explodisse? Ou se ficasse quieta?
Seria um constrangimento, sem dúvida... Entre o aborrecimento e a catástrofe, por aí se situaria.
Será que as pessoas reparariam?
Deixaria de haver marés compassadas sob o seu jugo gravitacional?
Deixaria de haver lobisomens?

Deixaria de haver "fases" nas pessoas... que vivem de "fases" e que delas gostam de as publicitar, as "fases" que têm.
Todos os outros animais sentiriam mais pela sua falta, já que o animal humano - espécie mais cruel e mortífera que habitou este planeta - continua distraída a destruir-se.
Deixaria de haver a luz da noite e os seus reflexos, as suas sombras.

Será que haveriam viagens à Lua?
Em consonância, e se as pessoas vestissem todas calças de bombazine?

E se todos nós, saímos de uma fábrica, padronizados para ser peças de uma espécie de máquina?
E os que saírem com defeito?
E os que se recusarem a ser... Ser um padrão?
E os que quiserem ser libélulas, borboletas, formigas ou porcos?
E os que vivem "The dark side of the moon"?
E os que quiserem ser água, terra, fogo ou ar? E os que quiserem ser mais?
E os que quiserem ser menos?
E todas as outras que não sabem o que querem?

Se a Lua nos faltasse?
Será que acordávamos?



Vangelis, Abrahams Theme

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Discernimento, jornada espinhosa da humanidade


É tudo tão difícil, muito difícil... é a crise, é a divida, são as hemorróidas e o que mais que seja. Em linha de conta, no pensamento dominante e presente, há que conter despesas e custos, há que fazer sacrifícios.
Porque é difícil, é muito difícil, isto tudo. Quando na verdade, enquanto o planeta vai girando há milhões de anos e a natureza tem um ritmo próprio, fruto de uma sabedoria evolutiva muito além de nossas vidas fugazes, nós, criaturas "ainda" no berço espirramos espasmos frenéticos de inteligência.
Por exemplo, na inteligência sentimental, comportamental e comunicacional, vamos dando os primeiros passos. Tivemos indivíduos excepcionalmente desenvolvidos em uma ou duas áreas intelectuais e nas outras verdadeiros desastres. Existem e existirão variados caminhos até completarmos um pouco o ramalhete, o qual, ainda desconhecemos.
Um termo de medida é uma mente que deu um dos maiores pulos no conhecimento do Universo, Stephen William Hawking, tenha sido subtraído dos afazeres físicos que um soma acarreta e daí ocupar a sua mente, quase em permanência no pensar.

Para já, termos a percepção do nosso estado primitivo e selvagem em que nos encontramos, é um sinalizador da nossa condição. Apesar da sensação de podermos interagir com um semelhante do outro lado do mundo ou estas linhas que lê, em segundos poderem ser lidas em qualquer parte do mundo e traduzidas na língua local.

Não obstante...
- A malária matar milhões de pessoas, quando um simples mosquiteiro ajudaria muito.
- Quando milhões sucumbem pela fome, e outros destroem toneladas de alimentos para manter o preço de produtos agrícolas.
- Quando milhares doam milhões de alimentos e dinheiro, para ser derretido nas organizações "pseudo"-humanitárias, e o pouco que chega ao destino, ser controlado por senhores da guerra locais.
- Quando se viola uma criança - destruindo-lhe o esfíncter anal - num país ocidental chamado de primeiro mundo que "evangeliza" o estado de direito, mas consoante o poder sócio-económico do abusador é tido em conta de forma subjectiva para não ser punido legalmente de algo moralmente condenável.
- Enquanto as principais farmacêuticas mundiais cotadas em bolsa, perpetuam e condenam os seus clientes, aliás doentes, na fidelização de consumo, antes da demanda de cura das suas maleitas.
- Enquanto se professam religiões que mantém milhões de vidas reféns de livros sagrados, quando sagrado já é tudo o que existe.
- Enquanto se manipulam milhões de mentes órfãs de ideias, em soldados "políticos" que as defendem inconscientemente e até à morte, mantendo obscuros grupos de interesses. No post-mortem, fortes e longas depressões pós-dessomáticas, quando constatam que foram usadas num jogo maior.
- Enquanto civilizacionalmente consideramos que tirar a vida a outro ser humano é um acto condenável, ao mesmo tempo que a indústria do armamento é o maior negócio do planeta.
E todas as outras ...

Quase tudo isto, com sistemas democráticos, com o voto das populações que mandatam outros para os dirigir. E todos se queixam das injustiças...
Há muita gente que se julga gente, porque quando lhes batem à porta do W.C., respondem - Tem gente!

Em baixo no vídeo, está um daqueles raros momentos, do verdadeiro pulsar do planeta. Ritmo, melodia, vivência, sapiência, limbo, sentir... Com o que produzimos da terra aliada à nossa infinita capacidade de criação, às vezes, somos o que esquecemos que somos, parte constituinte do Universo.



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Wikileaks


O Wikileaks é um site criado em Dezembro de 2006, que actualmente está sediado na Suécia, conta com cerca de meia dúzia de colaboradores a tempo inteiro; jornalistas, dissidentes políticos e informáticos, essencialmente.
O seu fundador, Julian Assange, australiano de nascimento, jornalista é a cara do projecto. Quando em Agosto de 2010, após a divulgação de documentos secretos do exército norte-americano sobre a guerra do Afeganistão, a justiça sueca - país no qual tinha a nacionalidade - emitiu sobre si dois mandatos de prisão, um por violação e outro por agressão. Actualmente, Assange é uma espécie de apátrida, não existe país de momento que lhe queira oferecer cidadania, quando ao mesmo tempo, um certo "staus quo" político o queira desacreditar em força.
O site vive de uma rede de bufos, delatores, dissidentes, funcionários "mal tratados" em posições chave, gente com coragem a suficiente para expor as incongruências políticas em que vivemos e à medida que o tempo vai passando, juntando à crescente mediatização do site, mais pessoas depositarão na "drop box" do site mais informação sensível. É uma autêntica bola-de-neve de informação potencial.
Pode ser também, um sítio propício para a mais pura contra-informação, ou não. Fica ao critério de cada um, a sua interpretação.
Ontem, 28 Nov. de 2010, deram mais um passo na divulgação de material classificado e secreto, com o título - Cable Gate. São informações recolhidas pelo corpo diplomático americano, desde 1966. É um forrobodó completo. A sua leitura é recomendada vivamente.
Quer sejam verdadeiras ou não, o facto que subsiste, é que vivemos um mundo muito estranho, ou se calhar, tudo isto é normal, depende do ponto de vista.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Greve Geral


Em Portugal realizou-se hoje a maior greve geral de sempre. Os portugueses afluíram à convocatória das duas centrais sindicais; CGTP-IN e a UGT, de forma maciça e clara, mostrando um rotundo cartão vermelho às políticas de austeridade que querem implementar no país.
Contra as inevitabilidades, a esperança...
Os que sistemáticamente repetem os mantras de que se têm de fazer sacrifícios, falam de boca cheia - é sempre a mesma história -, pois quem paga as crises não são quem as criaram. São os mesmos de sempre que irão carregar os erros; de pseudo-visionários, gente ambiciosa capaz de vender a própria mãe, vorazes e incompetentes.
Que crédito ainda resta a um primeiro-ministro que diz que não iremos precisar da "ajuda" do FMI. Atira larachas para o ar, para papalvo agarrar.

Apesar de nas últimas décadas, as empresas terem seguido os modelos de gestão da linha mais selvagem do capitalismo, tendo como objectivo principal, a dispersão do poder reivincativo.
Seja na sub-contratação de out-sourcings, na divisão de uma empresa em várias sub-empresas. Para assim, nos novos contratos, precarizar ainda mais o regime laboral dos contratados, ficando estes numa situação mais frágil de poderem reivindicar, condições dignas de trabalho. São as criadas novas formas de escravatura sob a batuta de um novo chicote, o termo do contrato.

Apesar de tudo isto, a greve geral de hoje, foi um sucesso, uma espinha bem cravada no dorso de quem julga poder fazer tudo sobre todos.
Fica um sinal claro de grande mobilização da população, para outras lutas...
É hora de mobilização, porque o que aí vem, vai ser agreste.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

The Book of Eli


"The Book of Eli" é mais um daqueles filmes apocalípticos que retratam um mundo num pós-guerra nuclear, sociedade (a que resta) no caos, falência evidente de organização institucional, um mundo estilo Mad-Max dos anos 80.
Só que neste filme está implícita uma ideia de fundo, a ambivalência do livro que dá o nome ao título, a bíblia sagrada (holy bible).
Um suposto escolhido que resiste a todas as fraquezas corruptivas do ser, leva a cabo uma jornada, afim de transportar o livro a um destino que superiormente guiado.
O filme é elencado por dois actores Hollywood de primeira linha, que transportam o filme a um patamar mais elevado; Denzel Washington e Gary Oldman.

No filme realizado pelos irmãos Hughes (Albert e Allen) que se estreou nos cinemas em Janeiro de 2010, o elogio, como, a crítica mais sinuosa, da bíblia é feita de forma mais assertiva.
Quando Carnegie interpretado por Gary Oldman diz que o livro é mais do que um livro, é uma arma. Acrescenta - É uma arma apontada à mente dos fracos e dos desesperados. Já aconteceu uma vez e pode acontecer mais uma vez.
É a mais poderosa descrição do livro denominado por a bíblia sagrada.

Parte histórica da "nossa" humanidade foi e é manipulada por livros sagrados com efeito multiplicador...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Promessa


A promessa, pode ser realizada ou não, ocasionalmente mais ou menos. Verdade relativa de ponta, ponto.
É uma crença em que se transfere para terceiro(s) uma intenção própria, uma esperança, um desejo, uma resolução.
O dia-a-dia vestido da realidade, que com o tempo que passa, reveste a experiência, mostra que desejo e sonho, alcance e controlo ou esperança e frustração, com medos misturados e tudo entremeado em si, são coisas da vida, mas quase sempre promessas dentro de outras promessas.

Há a promessa velada, às vezes juras, tem toque de vingança e/ou revolta, estas se "a quente" são normalmente ineficazes pela dispersão de energia, mas se, servidas a frio, são organizadas, acutilantes e por vezes, mortais.
Também as há por amor, as promessas. Umas por uma vida inteira, outras falhadas e muitas por singelos minutos. Entre resistir e deixar-se ir pela tentação, existe um mundo de pensamentos entre-cruzados, desde o estado espírito presente, o historial vivido e o sonhado não vivido, bem como, todas as outras que poderão haver, fruto das que não houveram.
A doença ou a probabilidade de sua existência, são a nascença de promessas. A doença de outros que muito nos dizem, doem mais se pelo próprio fosse sentida.
Há os que prometem, há também, os prometidos, como sempre existiu a incapacidade física, moral e as duas ao mesmo tempo.
Amiúde, a dor é tão forte, que vem das vísceras, é atroz, cortante e asfixiante. Inibe o sistema nervoso de reagir e como espiral, provoca outras doenças.
De um dia para o outro, acorda-se com uma bola do tamanho de um ovo de galinha no pescoço, não uma mordedura de um bicho, mas um câncer que se espalha sem piedade pela circulação sanguínea.
À porta de casa, pode acontecer, estar-se num pranto de lágrimas com o medo de sair e esquecer-se do caminho de volta, é a auto-consciência da doença.
Começa-se de uma promessa, para se fazerem novas promessas. O ramalhete é muito vasto.
Como as pessoas nascem sem manual de instruções inquietam-se, algumas ficam mais sobranceiras, no clássico estilo - já tive mais experiências que tu! Como se possuíssem uma espécie de atestado experiente-mor da vida, outro clássico - já passei por coisas...
O que não explicaram, ou não se recordam, é que renascer num mundo físico comporta todas essas vicissitudes, existe toda uma panóplia biológica de acontecimentos passíveis de ocorrer.
Declamar em tom dramático e poético - Porquê eu? Não nos questionamos dos jogos de sorte e azar de nossas vidas de há 500/600 anos atrás por exemplo?
Se vivemos mais dez, ou menos vinte anos, nessas passadas vidas?
Se fomos reis, condenados ou guerreiros? Carcereiros ou enforcados?
O que importa, é que alcance evolutivo atingimos.
Claro que nas partes temporais que habitamos por aqui estamos sujeitos a um gás tremendamente explosivo e corrosivo, o oxigénio, que ao mesmo tempo, permite uma vida física temporária. Somos imortais, mas não aqui, é que senão cansava. Temos que nos revezar de tempos em tempos.

Em bom rigor e na verdade, não existe ninguém superior ou inferior, desde a bactéria até ao organismo mais complexo do universo, mesmo que vá muito para além do que nossos cérebros físicos possam interpretar. Todos passam pelos mesmos degraus. Não existem - in facto - super-entidades, supra-sumos ou eminências pardas.
Logo também, não há ninguém que possa garantir totalmente promessas do que seja.
Se houver quem prometa, convencido de cumprir a promessa, é só explicar ao prometedor que também está no caminho da evolução.
Não é uma questão de não ser ninguém ou de ser muito, tem a importância que tem num contexto universal.

A promessa, cria uma chama interior, alimenta a esperança. É uma ciência não exacta, não tangível e não visível... mas sente-se, ou seja o que lá isso for.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A crise


Nos dias de hoje existe um termo no qual toda e qualquer medida se esconde, a crise. Um anátema lançado no ar que justifica tudo o que seja para pauperizar. É a crise!
Apesar das matérias-primas, das pessoas que trabalham e do consumo que efectuam não se ter alterado substancialmente, a palavra de ordem - quase hipnótica - é de que é preciso reduzir.
Voltamos ao cerne da questão, na última década assistimos à transferência geográfica da produção, com base nos seus custos, bem como, na oferta de mão-de-obra. Daí os estados mega-populosos com a liberalização dos mercados, fazem com que o mundo económico, social e político tenha vindo a mudar a uma velocidade elevada. A evolução tecnológica hoje permite, organizar sob um mesmo fio condutor empresarial; uma fábrica na China, financiada por um banco italiano, com a sua logística a ser dirigida no Kuwait, colocar os lucros em países com sistemas fiscais favoráveis - offshores - e alocar custos na Suécia, isto com um escritório sede no Panamá.

Na crise portuguesa, derivada de um estado dirigido por dirigentes com fraca capacidade de visão estratégica e de gestão. Não mais do que meros umbigos de pés em bico, a viver o dia-a-dia, a pensarem no que lhes toca se seguirem o que mais vai agradar os interesses instalados que lá lhes colocaram por convite ou a hipótese de ficarem bem colocados. Os referidos interesses, por mais do que sabido, não são os mesmos da nação.
Foi curioso observar na semana passada a entrevista de Ricardo Espírito Santo Salgado, que não foi por acaso o porta-voz da banca lusa, das vezes em que se dirigiram à sede do PSD e ao Conselho de Ministros. Um dia mais tarde, perceberá-se porquê ...?
Curioso foi sem dúvida, ao passar pela história do séc. XX português, a sua resposta à pergunta colocada pela jornalista, de o BES ser o banco que se dava com todos os regimes. Deu-se com a monarquia, depois com a primeira república, com a ditadura de Salazar, após o 25 de Abril com as nacionalizações tiveram que emigrar e mais tarde com as privatizações foram convidados a regressar. Nesta resposta está a história sintética de Portugal.
Os lucros de milhões que obtém, não são mais do que retirados à economia, todos os dias. Foi até confrangedor, ver um certo pseudo-desespero pelo capital estrangeiro, porque Portugal precisa de facto de dinheiro fresco, pois nunca soube, aliás nem foi pensado para isso, para capitalizar a sério as suas valências, ou se por outras palavras, os seus traços fortes.
Sem esse desesperado capital estrangeiro, não terão acesso aos grandes negócios de financiamento do Estado; o TGV, o novo aeroporto, a nova ponte sobre o Tejo e porventura mais auto-estradas para depois o Estado ficar com os seus custos de manutenção.

Com um povo que mal distingue as manchetes do Jornal a Bola das tiras de primeira página do Correio da Manhã da verdadeira realidade, ou da revista Caras à Lux, passando pela saudosa revista Maria, fica fácil, muito fácil, anestesiar...
Só lá para Fevereiro/Março de 2011 é que a massa populacional portuguesa começará a sentir a sério, fruto da sua endémica bonomia, quando constatar nos seus recibos de vencimento que o rendimento diminuiu. E sem parar, ao mesmo tempo, vai-se vencendo a dívida soberana, a números estonteantes, efectuada pela coligação PS/PSD, os funcionários dos que mandam realmente neste país.

Foi curioso, ver a filinha indiana dos nossos banqueiros perante Hu Jintao - presidente da República Popular da China.
A ciência económica já tem pouco para inventar, é a intersecção da oferta e da procura, o resto é conversa.

Bom senso, ética, responsabilidade e respeito - Miss you...
Uhh, uhhhhh, uhh, uhhhhh, uhh, uhhhhh, uhh, uhhhhh...



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A dívida

Ontem a dívida portuguesa foi leiloada nos mercados financeiros. Para os investidores internacionais um excelente negócio, que à sombra de uma quasi-falência de um estado soberano irão obter nos próximos anos soberbos rendimentos, já que foi subscrita em mais de 75% por compradores estrangeiros. Arrecadou-se 1.242 milhões de euros, dos quais cerca de 600 milhões a dez anos e juro de 6,8%, o restante a 6 anos com uma taxa à volta de 6,15%, e isto mexe com tudo e todos, melhor, mais para uns do que para outros.
Necessidade fruto de políticos que executaram políticas que ao longo das últimas décadas nos deixaram naquele lugar em que sempre estivemos, a cauda. Apesar de as suas vidas financeiras, também sempre, terem corrido pelo melhor.
Políticos que na pratica são os representantes e funcionários de meia-dúzia de famílias, as quais por sua vez representam interesses de grandes grupos trans-nacionais, sem nacionalidade mas com muito dinheiro que em teoria é obtido de forma legal um pouco por todo o mundo, mas que na pratica é dinheiro retirado das economias, das pessoas através de engenharias financeiras muito complexas.

A soberania portuguesa desde os anos 90, foi vendendo as suas empresas mais lucrativas. As quais, seus capitais, hoje estarem maioritariamente em mãos estrangeiras. Ou seja, os lucros que obtém, via monopólios ou cartéis nos sectores de actividade económica em que operavam em Portugal, são literalmente transferidos para o exterior.
Boas decisões de gestão, como se pode aferir!
Que rica ajuda dariam à feitura dos orçamentos de estado! Já que os seus utentes, hoje clientes, é que pagam os seus serviços e cujos salários já não são pagos pela riqueza produzida no seu país de origem, mas sim, por dívida contraída no exterior, que obviamente almeja por contrapartidas. É uma espiral sem fim e com isso faz-se com que se mantenha, o chamado ufa-ufa diário, o stress do trabalho, a velha história da cenoura à frente do burro, abrindo assim a ideia generalizada da ambição, subir na vida, o ser alguém, mantendo sempre a pressão e fazer as pessoas correrem por algo que não sabem o quê; bens materiais, talvez a venda da ideia de felicidade.

À substituição de pessoas por número de cliente, vamos assistindo à mudança de paradigma.
Os centros de decisão estão a alterar-se de forma profunda, e eles estão onde há dinheiro, principalmente, nos países com mercados internos imensos, que propiciam o agigantamento de conglomerados económicos.

- Como competir com quem tem a capacidade de vender um par de chinelos a 1 euro do outro lado do mundo? E com tudo o que isso implica?

- Como competir com uma fábrica que vende tecnologia da mais avançada, em que os colaboradores/escravos operem de sol-a-sol e por "tuta e meia" de rendimento sem qualquer tipo de exigência, fruto da gigantesca oferta de mão-de-obra?

É o drama e o paradigma, sem uma luz ao fundo do túnel. Porque tudo procura o dinheiro e a satisfação material que dá e o status que permite alcançar.
Por isso, temos milhões de pessoas a trabalharem para alimentarem meia-dúzia, a agradecerem as migalhas "tão merecidas", a terem direito a visitas quinzenais dos seus filhos, fruto da propensão elevada dos divórcios e a tantas horas roubadas do dia, tão só, para pagar os iates, as prostitutas lux, a lagosta e os jaguares dos que extraem o sumo das massas cada vez mais hipnotizadas, por mecanismos pensados à peça.

"O dinheiro é a causa de todos os males." - Maquiavel


domingo, 7 de novembro de 2010

Pensenes de vidas vividas


O pensene, conceito fundamental para o entendimento do paradigma da consciência proposto pela Conscienciologia, é a unidade básica de manifestação integrada e integral da consciência em qualquer dimensão e representa a união indissociável do pensamento ou ideia, do sentimento ou emoção e da energia, atitude ou acção, sempre omnipresentes.
O termo pensene é um acrónimo formado a partir de pensamento, sentimento e energia. É neologismo técnico da Conscienciologia.
Em tese, no âmbito humanamente inteligível da escala evolutiva, os componentes do pensene são indissociáveis. Não há pensamento sem energia, energia sem sentimento, sentimento sem pensamento.

Ao longo da vida e de vidas, foram-se exteriorizando formas e pensamentos, alguns exemplos:

Nietzsche;

- Saber é compreendermos as coisas que mais nos convém.
- Até Deus tem um inferno: é o seu amor pelos homens.
- Os leitores extraem dos livros, consoante o seu carácter, a exemplo da abelha ou da aranha que, do suco das flores retiram, uma o mel, a outra o veneno.

Confúncio;

- Aprender sem pensar é tempo perdido.
- Eu não procuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas.
- Quem não sabe o que é a vida, como poderá saber o que é a morte?

Oscar Wilde;

- Uma coisa não é forçosamente verdadeira lá porque um homem morreu por ela.
- A única maneira de nos livrarmos da tentação é ceder-lhe.
- Aqueles que não fazem nada estão sempre dispostos a criticar os que fazem algo.
- A coerência é a virtude dos imbecis.
- A experiência é o nome que damos aos nossos erros.
- As nossas tragédias são sempre de uma profunda banalidade para os outros.
- Cigarros são a forma perfeita de prazer: são efémeros e deixam-nos insaciados.

Tao-te-Ching;

- A actividade vence o frio; a inactividade vence o calor; assim, com a sua calma, vai o sábio corrigindo tudo no mundo.
- Quanto mais instruído o povo, tanto mais difícil de o governar.

Sun Tsu;

- Se o inimigo deixa uma porta aberta, precipitemo-nos por ela.

Eça de Queirós;

- O riso é a mais antiga e mais terrível forma de crítica.
- O melhor espectáculo para o homem - será sempre o próprio homem.
- Para ensinar há uma formalidade a cumprir - saber.

Jean-Paul Sartre;

- O dinheiro não tem ideias.
- Não há um único dos nossos actos que, ao criarem o homem que queremos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem tal como estimamos que ele deve ser.
- Não fazemos aquilo que queremos e, no entanto, somos responsáveis por aquilo que somos.

Agostinho da Silva;

- Viver interessa mais que ter vivido; e a vida só é vida real quando sentimos fora de nós alguma coisa de diferente.
- Crê com todo o teu ser; só assim terás atingido o máximo da dúvida.
- Todo o esforço de manter a personalidade impede o vir a tê-la.
- Um dia nada será de ninguém, pois todos acharão, por criadores, que têm tudo.
- Não há liberdade minha se os outros a não têm.
- O presente é o futuro tentando ser; assim o meio e o fim.

Na assumpção relativa, que cada um tem razão, a sua razão dentro de uma mesologia, do seu histórico existencial e dela a sua única e individual interpretação, misturada de muitas outras razões colectivas.
As pessoas, os animais, as flores, não nascem para serem felizes. Nascem para num contexto muito complexo, mas ordenado e lógico - que a nossa compreensão ainda não alcança -, evoluir e nesse processo atingir novos patamares existenciais.


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Blog Extrafísico faz 3 anos



Hoje o blogue Extrafísico faz 3 anos de existência virtual. Os 3's pois...
Vai continuar na linha que sempre teve - ou as linhas - a de que tudo é passível de ser opinado, sem compromisso de qualquer tipo.
Aqui é um espaço de pura liberdade de opinião. As opiniões não são para se gostar ou deixar de gostar, nem as pessoas tem de concordar todas umas com as outras, cada um tem a sua em tudo o que preenche a vida de cada um, portanto é normal cada um ter a sua nos diversos assuntos, como também, não temos todos de andar aos beijinhos. Isto é algo que as pessoas em geral têm alguma, senão muita dificuldade, em compreender.
É a ignorância do ser que não entende que o outro possa pensar diferente, pois cada um pensa que pensa melhor que o outro.

Também se objectiva neste espaço, uma coisa muito difícil, a abertura mental para outras realidades, realidades não físicas e que a vista humana não vê, mas que a para-inteligência pode alcançar e aí entrar e abraçar a multi-dimensionalidade.

Logo aqui, é um local em que as pessoas podem estar à vontade.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Quanto pior, melhor


Depois da encenação, depois dos jogos políticos, depois dos interesses partidários salvaguardados, confirma-se o que toda gente sabia sobre qual o desfecho da negociação do OE 2011.
Agora é que era fulcral ele passar, agora é que se decidia o futuro do país, pondo o país a suster a respiração, pois era um assunto de vida ou de morte.
Então o que se passou durante décadas de endividamento galopante, decidido pelas duas gestões PS e PSD?
A questão orçamental de hoje, são estes dois partidos políticos a confirmaram a sua total incompetência governativa. Foram eles que nos trouxeram a este ponto e agora, mais uma vez, são os salvadores da pátria, os que defendem o país de males muitos maiores.
Neste momento têm credibilidade zero.
Já em Abril próximo, vencem-se 18 mil milhões de euros da nossa dívida, que têm de ser pagos. Até ao final de 2011 terão de ser pagos mais de 40 mil milhões de euros.
O país já perdeu grande parte da sua soberania e este orçamento é a pensar nos investidores internacionais que nos vão emprestar dinheiro, a preços cada vez mais caros, inversamente proporcional, à cada vez menor credibilidade dos nossos agentes governativos.
Por cá, já muita gente sabia o que eram estes dois partidos, governam a jusante para os seus amigos e patrocinados a montante pela meia-dúzia de famílias que realmente mandam neste país.
Como é possível haver tantos portugueses que ainda não perceberam isto?
Lá fora, os emprestadores de dinheiro que pagam às agências de rating para avaliar o risco de incumprimento das pseudo-soberanias, sabem muito bem com que linhas se cozem.
Quando fecharem a torneira do crédito, entra o FMI. Será o atestado da incompetência formal das últimas sucessivas governações, principalmente a do PS.
Já cá esteve por duas vezes, em finais de 70 e em meados de 80.
Neste momento, já têm uma equipa na Grécia, instalados num hotel de luxo, pedem relatórios incessantemente, questionam tudo o que se gasta, como os financiamentos são concedidos por tranches é velha questão do burro atrás da cenoura.

O cerne da questão portuguesa é o topo, as referidas famílias que exploram milhares de portugueses até ao tutano, comem a fatia de leão da riqueza gerada por muitos e obtém proveitos brutais do erário público através dos políticos que colocam nas zonas chave da governação.
Parece, que até é uma espécie de vingança do 25 de Abril. Época em que se deram muito mal.
Para esta gente quanto pior, melhor.
Quanto mais adormecido o povo, melhor.
Quanto mais confusão social melhor.
Quase ninguém fala deles, ninguém se manifesta em relação a eles, pois eles tudo controlam e sem correr o risco de levar com um tomate. Têm quem ponha a cabeça no cepo por eles e têm muitos mais que fazem os sacrifícios por eles, o povo.
Quanto pior, melhor.

Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Um lugar encantado


Pode-se colocar a questão, se é encantado ou desencantado, mas indubitavelmente, é um lugar que, compartilhamos hoje. Somos cerca de 6 biliões que fazem o favor de se expressarem fisicamente presente, apesar, de todos os dias, uns passarem para o outro lado, e outros, do outro lado, virem para este lugar. Do outro lado, numa razão de 9:1, ou seja, cerca de 48 biliões de consciências aguardam a sua vez, e a pressão é cada vez maior. A via de entrada mais fácil, neste momento, são o sudeste asiático, a áfrica e américa latina sul e central.

O tempo passa, e destas vidas, que passam e vêm, renascem e vão-se vezes sem conta e outras que vão e vêm de outros distritos do universo, vão aumentando a presença humana, neste lugar, sem esquecer, que enquanto presença física, somos hostis ao equilíbrio deste lugar encantando. Verdadeira simbiose de inúmeros factores biológicos que permitem aquela pequena janela da vida.

Fazemos modas, que fazem médias.
Por exemplo, a predisposição energética a acidentes, aquilo a que chamamos de fatalidades; aberratio delicti, error in persona e/ou aberratio ictus.
- Em determinada situação, um gentleman foi o primeiro a encontrar a vítima desfalecida, na rua deserta. Na ânsia desesperada de socorrê-la, através da técnica de respiração boca-a-boca, e que, afinal, a salvou, contraiu SIDA/AIDS.
- Ou quando falamos em inverdades, o hábito de mentir com toda a seriedade. Apanágio dos políticos que circulam o centro e a orla do poder, que hipocritamente seguem uma mentalidade dominante de um suposto guião de responsabilidade. Quando, na verdade, cada um trabalha para si, seja no status ganis e/ou dinheiro. São evidentes e demonstradas verdadeiras patologias da mente, no comportamento de muitos agentes políticos.

As pessoas em geral pensam que seguram o fio de controlo, as mesmas que dizem que; o melhor é não saber, ou o melhor é não pensar nisso e porque é que me vou chatear com isso.
Então qual o valor essencial predominante em meus interesses?
Vivo centrado na minha consciência pelo uso do cérebro ou vegeto através dos meus segmentos orgânicos, animais ou ainda sub-humanos?

Poderíamos elencar n situações da sociedade actual, muito diferente entre si, mas na base muito semelhante no que toca às motivações humanas.
Na sua tendência de se agrupar, pois sendo um bicho de temores, esconde as suas fraquezas agrupando-se, seja, em mega-grupos, como por exemplo; igreja católica ou outras religiões, ideologias políticas, associações desportivas mass-market, agremiações culturais e outro tipo de grupos de poder, como em sub-grupos derivados dos primeiros. São transferidas as incertezas e os medos, para uma zona de conforto, para um grupo que se identifica com a mesma ideia. Dentro dela, a consciência defende-a com as unhas e os dentes. Daí vêm as contradições.
Sozinha ficaria perdida, tem de se sentir incluída em algo, para se auto-convencer que existe. Logo, as sociedades caracterizaram-se de seguidistas, massas que alimentam os umbilico-chakras dos fundadores/visionários de uma qualquer ideia, muitas das vezes sem se questionarem do que estão a seguir ou a defender, pior, muitas vezes a distorcer e a influenciar outros, é um ciclo sem fim.

No intimo, as pessoas questionam-se:
Apreendo o possível pela raiz?
Compreendo em profundidade maior?
Devasso várias linhas de pesquisa?
Faço somatórios de conhecimentos?
Será que não temo nenhuma erudição humana?
Recupero o que estava esquecido?
Sou mercador da minha ignorância?
Tenho visão clara das coisas?
Sou adorador de verdades absolutas?
Sou obscurantista boiando pelo ar?
O receio ante o mundo desconhecido? As outras realidades? O medo do desconhecido?

Questões que cada um deveria pensar e/ou meditar interiormente, pensar nelas, levando a procurar respostas, daí evoluir.
O medo, tem de ser enfrentado, mais tarde ou mais cedo, não pense que se suicidando se safa, porque no outro lado, tudo continua.
O medo dos pensamentos e por vezes esses pensamentos vêm das coisas mais temíveis do que se imagina, ou que a consciência antecipa. É quebrando essa cadeia de elaboração mental, imaginação e previsões que aos poucos se vai eliminando o medo.

O lugar é encantado, nós é que fazemos a diferença...

sábado, 23 de outubro de 2010

Azulejo de Toledo


A Sociedade é assim:

> O pobre trabalha
> O rico explora-o
> O soldado defende os dois
> O contribuinte paga pelos três
> O vagabundo descansa pelos quatro
> O bêbado bebe pelos cinco
> O banqueiro "esfola" os seis
> O advogado engana os sete
> O médico mata os oito
> O coveiro enterra os nove
> O político vive dos dez

Olé ...!



* texto retirado de um azulejo de Toledo

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Triângulo das Bermudas


O Triângulo das Bermudas é uma área que varia, aproximadamente, de 1,1 milhões de km² até 3,95 milhões de km². A área é composta pelos vórtices geográficos de: Fort Lauderdale, Miami - Flórida, USA; Porto Rico e as Ilhas Bermudas - Bahamas. Este triângulo notabilizou-se pelos inúmeros desaparecimentos de aviões, navios e pessoas, para as quais contribuíram as explicações mais sensacionalistas, para-normais, no fundo, as mais estranhas.
O caso, que porventura, fez nascer o mito, foi o caso do voo 19, que no dia 5 de Dezembro de 1945, uma esquadrilha de cinco aviões "Grumman TBF Avenger" da marinha norte-americana desapareceu na área do Triângulo das Bermudas. No mesmo dia, um hidroavião "Martin Mariner" foi enviado na busca do voo 19 e também desapareceu, após 27 minutos e com 13 tripulantes a bordo.
Embora o motivo do desaparecimento originalmente tenha sido definido como "erro do piloto", os familiares do piloto que liderava a missão não aceitaram que ele havia cometido aquele tipo de erro e acabaram convencendo a marinha a mudar o veredicto para "causas ou razões desconhecidas".

Entre 1945 e 1950, é a época onde surgem os mais variados relatos de desaparecimentos, época onde nasce e cresce a Guerra Fria, entre dois blocos imperiais, ideologicamente designado por, Capitalismo vs Comunismo, ideais alicerçados em finais do séc. XIX e inícios do séc. XX. Por essas ideias morreram e continuam a morrer milhões de pessoas. Construíram das mais apuradas técnicas de contra-informação que alguma vez o Planeta assistiu. Hoje ainda acolhem milhões e milhões de acólitos, por deriva da mais ou menos capacidade de influência, carisma e manipulação dos gurus locais que pulularam, sem que desses dois blocos mental-somáticos resultasse uma efectiva e frutífera evolução colectiva da humanidade.
Com a evidente derrocada destes dois blocos pensénicos, milhões e milhões de pessoas ficaram orfãs de preenchimento consciencial, dando azo, ao nascimento de novas para-ideologias e para-religiões.

Existem inúmeras teorias que explicam as anormalidades factuais do Triângulo das Bermudas, desde a anormalidade do campo magnético da Terra naquela zona, conforme relatos de viajantes naquela área, em que as bússolas se desregulam, bem como, os aparelhos aeronauticos.
Também se aventa a hipótese de ali estarem depositados os restos de cristais de Atlântida, a cidade perdida.
Outro factor, é aquela área estar sujeita a tempestades e mudanças climáticas violentas e inesperadas. Essas tempestades curtas e intensas podem se desenvolver e dissipar tão rapidamente que nem chegam a ser detectadas pelos satélites. Além disso, trombas d'água capazes de destruir facilmente um avião ou navio passando pela área são bastante comuns. Uma tromba d'água nada mais é do que um tornado que ocorre no mar e puxa a água da superfície do oceano até milhares de metros de altura.
Outro factor ambiental possível são os terramotos submarinos, já que cientistas encontraram bastante actividade sísmica na área. E mais, os cientistas também já observaram ondas de até 30 metros de altura.
A topografia submarina da área também pode ser um factor importante, já que varia de uma plataforma continental levemente inclinada para uma queda extremamente profunda. Na verdade, alguns dos fossos mais profundos do mundo encontram-se nessa área.
A corrente do Golfo, onde o Triângulo se localiza, é extremamente rápida e turbulenta, podendo criar condições extremamente difíceis para a navegação, especialmente para navegadores inexperientes. Já foi relatado que essa corrente pode se mover a velocidades superiores a 8 km/h em algumas áreas, o que é suficiente para desviar o curso de barcos em várias centenas de quilómetros se os tripulantes não fizerem a compensação correcta. Outra coisa que essa velocidade de corrente pode fazer é limpar rapidamente qualquer evidência de um desastre. Por isso se diz, que naquela zona existe um rio dentro do oceano. Rio esse cada vez mais imprevisível com a brutal e contínua desflorestação da floresta amazónica. A corrente marítima norte-atlântica está paulatinamente a ficar cada vez mais irregular, um dos pontos vitais do clima do Planeta.
A teoria dos Hidratos de Metano parece ser a mais promissora para explicar ao menos alguns dos desaparecimentos no Triângulo das Bermudas. Cientistas da Cardiff University descobriram a presença de grandes concentrações de gás metano presas no leito do oceano. Esse gás é criado devido a organismos marítimos em decomposição, já que o leito possui bactérias que produzem metano, que podem se acumular como gelo de metano super-concentrado, chamado de hidratos de metano. E essa camada de gelo acaba por aprisionar o gás metano. As erupções frequentes de metano poderiam produzir regiões de água espumosa que poderiam não dar sustentação suficiente aos barcos. Se se formasse uma área deste tipo ao redor de um barco, este afundaria muito rapidamente sem aviso. Esta última, apenas em hipótese e sem sustentação científica.
Também existem as teorias mais esotéricas; como neblinas eléctricas, portais para outras dimensões, ondas gigantes e polvos monstruosos.

Outros situações que se relacionam com o mistério do Triângulo das Bermudas é o designado Mar do Diabo, situado na Ilha Miyake no Japão, a aproximadamente a 200 kms. a sul de Tóquio e na mesma linha do Triângulo, também com relatos de desaparecimentos estranhos.
A norte do Triângulo, também figurou um dos casos mais estranhos e misteriosos, a Ilha de Roanoke, a colónia de britânicos ao largo da Virgínia, que desapareceram misteriosamente e sem explicação plausível até aos dias de hoje.
Claro que também há as teorias extra-terrestres, tanto mais ou menos credíveis como todas as outras.

21/12/2012 cada vez mais próximo. Uma nova era se avizinha.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Vivemos tempos fascinantes


Ninguém sabe...
Apesar de e como em todos os momentos haver sempre quem saiba de qualquer e alguma coisa.
Sabe que vai ser assim ou que vai ser assado, independentemente do crédito que se lhe(s) dê, ou que se lhe(s) venha a dar e da assertividade que venham a ter e de quem lhes a dê.
No geral, as pessoas acreditam muito, apenas, porque querem acreditar e porque têm pouco em que acreditar, e antes de mais, porque foram ensinadas de nascença, de que tinham que acreditar em algo. Para serem alguém, têm de acreditar em algo, quando "antes" da casa de partida já eram alguém.

Sem quem lhes indique um rumo, ficam perdidas, alguém tem de lhes apontar um caminho, uma crença, uma ideia... quando no fundo da questão, ou seja e sem atender, à nossa escala colectiva de evolução, ninguém sabe. Dessa forma, tudo isto, é fascinante, este desconhecido.
Por isso é engraçado de ver os que, julgam que sabem e conhecem, mas à lupa, são as cigarras do tempo, os publicitários das novas verdades, os que marram com toda a força na parede, as paredes da realidade.

No vídeo em baixo, onde se ouve Brasil, ouça-se Portugal. Com uma décalage de 20 e poucos anos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

As medidas


Nos dias de hoje, repete-se um termo vezes sem conta, as medidas; há que tomar as medidas, tem de se aplicar as medidas. Medidas que na sua aplicação vão recuperar os países super endividados de obterem mais crédito a um custo mais reduzido e daí voltarem a entrar na senda do desenvolvimento e bem estar geral.
Essas medidas que vão sendo aplicadas um pouco por toda a europa, têm uma filosofia negativa e perversa, são reduções nos salários, cortes significativos nas mais variadas áreas sociais; saúde, educação, emprego, serviços públicos... em suma, é a falência do estado social europeu, porque agora chegou-se à conclusão de que não há dinheiro, há mais gente e as pessoas vivem mais anos. Ora o que realmente salta à vista é que os sucessivos governos, governaram esquecendo-se destas variáveis, não conjugando estas mudanças ao longo do tempo.
Por outro lado, os estados soberanos que tinham a incumbência de fazer e controlar as suas moedas, foram ao longo das últimas décadas perdendo o pé e hoje são reféns das agências de rating (notação do risco financeiro) para se endividarem, quando o seu produto interno não chega para cumprir as suas obrigações como estado. Na última década o recurso ao crédito por parte dos estados soberanos cresceu desmesuradamente, a níveis quase insanos.
O Japão tem uma dívida de 700% em relação ao seu produto, um país caracterizadamente exportador, na Islândia cerca de metade das famílias não têm meios para pagar os seus créditos à habitação e na Irlanda por via de investimentos mal feitos pelos seus dois maiores bancos tem levado o estado a cobrir os prejuízos, atirando o défice irlandês para cima dos 30%. E estes exemplos não param.
Como se chegou a este ponto? Em parte, na assumpção de que o dinheiro era ilimitado.

Com a retirada do tapete do crédito, salta à vista que as governações nunca foram pensadas a longo prazo e sem entrar em teorias de conspiração à escala global, o que de facto parece é que há uma espécie de concertação, uma agenda, de submissão dos estados soberanos. Como se sabe, quem pede emprestado fica sempre numa posição de inferioridade a quem financia.
E quanto mais dificuldades tem um estado, mais se o empurra para baixo, seja no aumento do spread no seu financiamento, bem como, na sua redução. E sempre com o conselho de que há que tomar medidas. É uma espiral negativa.

No caso português, abriram-se centros de saúde para agora os fechar, construíram-se escolas para agora as fechar, construíram-se auto-estradas sem custos para o utilizador para agora serem cobradas. Compramos dois submarinos, temos duas auto-estradas paralelas que ligam as duas principais cidades, temos institutos, observatórios, entidades reguladoras e fundações que nunca mais acabam. Temos uma elevadíssima fuga ao fisco, aliás, um dos casos é de bradar aos céus, em que já é o próprio estado a fugir a si próprio do pagamento fiscal que é devido, quando a PT na venda da sua participação da VIVO, elabora uma engenharia financeira utilizando algumas offshores para não pagar o que lhe era devido na mais-valia obtida.
Com que moral fica o estado português perante uma situação destas?
Temos agora os dois principais partidos portugueses a chamarem-se de irresponsáveis um ao outro, é este o nível de gente que temos a governar os desígnios da nação. Foram estes dois irresponsáveis partidos que nos levaram a esta situação e com a população a pagar bem caro e cada vez mais a sua tremenda irresponsabilidade.

A gravidade da questão, que paira tal como aves agoirentas, é que tudo isto está interligado. A Alemanha com um mercado interno de 60 milhões de habitantes e com uma grande capacidade produtiva instalada começa aos poucos a recuperar, mas os seus bancos são dos maiores credores da Grécia, de Portugal, dos Países de Leste e se estes últimos não pagaram, arrastam os primeiros, não há desenvolvimento que lhe resista.
Com os riscos soberanos cada vez mais altos, os grandes investidores internacionais vão continuar a pressionar os países europeus mais frágeis e daí obterem mais lucros. E para sobreviverem têm que lhes pedir mais crédito, com as agências de rating sempre a aconselhar mais medidas para não lhes aumentarem o spread.

O que na pratica significa, os estados soberanos entregam o dinheiro das populações aos grandes blocos de investidores por via dos impostos arrecadados para depois os grandes investidores os voltarem a emprestar remunerados a taxas quanta mais altas na directa proporção da agonização dos estados soberanos.
Vivemos uma era em que o roubo está legalizado.



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

sábado, 9 de outubro de 2010

Kiva - Actualization


Foi actualizada a página Kiva do Zorze, foram concedidos novos 4 empréstimos.

Considerando o elevado risco soberano da república portuguesa, com forte probabilidade de colapsar, resultado de gerências fortemente incompetentes, deslocalizo o meu investimento, para gente humilde e séria, com uma taxa de retorno formidável, a rondar os 98%.
Muito aquém de estados, principalmente europeus, geridos com relativo desleixo, e que nos dias de hoje socializam os prejuízos. Incidem a sua incompetência nas partes mais fracas da sociedade, "in stricto senso", estamos a falar de criminosos , por negligência e não só.

O portfolio Kiva's Zorze está dividido geograficamente pela; Samoa, Uganda, Quirguistão, Peru e Líbano. O investimento fica repartido nas seguintes áreas económicas; transportes, alimentação, vestuário e retail.

Gota a gota, vai-se fazendo, alguma coisa... Diferente do que não se fazer nada.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Viva a República das Bananas


Afirmação da liberdade de expressão (mais ou menos) na intervenção dos Homens da Luta, hoje em Lisboa, na Praça do Município, no Centenário da Implantação da República.
Os discursos das mais altas instâncias do regime - quais calculistas políticos do curto-prazo - e dentro do expectável a que a efeméride obriga, foram mais do mesmo. Sem esperança, sem sonho e vazio de objectivos. Próximo de zero, quais coveiros circunstanciais.
Este regime, já não é regime de nada... A nossa soberania, é antes de mais, apenas uma figura de estilo, para cadernos escolares numa educação tendencialmente, não universal e não gratuita. Essa é uma das nossas desgraças!
Do regime da Causa Pública, a Rés-Pública, que à 100 anos eclodiu, o que hoje se apresenta como facto continuado, é que não tivemos portugueses à altura, na maioria que supostamente deveriam servir essa coisa transcendental que era a coisa pública, mas sim, serviram-se dela e serviram interesses obscuros, contrários à comunidade analfabeta e iletrada que através do voto lhes fizeram acreditar que tinham os destinos da nação na mão. Através da democracia, o povo cuspiu na sopa que come, e indelevelmente cómico-trágico, sem se aperceber muito bem do que fez.
Sem esquecer o que era vida portuguesa há 100 anos atràs, a vida rural em contraste com a crescente vida urbana, o papel da igreja na época, os novos valores da laicicidade que despontavam e fundamentalmente dois factos históricos incontornáveis, a 1ª Guerra Mundial e o milagre de Fátima. Um autêntico caldo de acontecimentos...

Tal como dizem os Homens da Luta - E o povo, pá!

Viva a República das Bananas!

sábado, 2 de outubro de 2010

Hill Street Blues

Manhãs frias e chuvosas, nebulosas às vezes. Cidades escuras, cinzentas e pessoas desenraizadas... quase sem nada a perder. Ferrugem por veri-semelhança.
Balada de Hill Street, genérico de abertura - anos 80 - que faz parte da memória de longo prazo de muita gente, principalmente os acordes, de uma música triste, sem esperança, vá lá de conformismo, à inevitabilidade das coisas. Como tudo é relativo, mesmo para quem dorme, à sombra de suas auto-convencidas e muy respeitosas, verdades per si assumidas como tal.
O cardápio pode ser tão longo, como cada um o deseje, e não se chama eléctrico, de outra maneira, o desejo pode não ser chamado para aqui ou acolá. Mas para lá...

Em boa verdade, hoje, à porta de um restaurante, nesta tarde solarenga, enquanto se fumava um cigarrito, após uma boa almoçarada, num início de tarde de sol, luz e brilhante, ao mesmo tempo, que uma velhota de muleta atravessava na passadeira perante o olhar de cidadãos auto-mobilizados, pensava nestas e noutras coisas, objectivando o zen de não pensar nada.

Se quisermos, a vida pode ser bela, é preciso é que não estraguem ela.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Percepção


Em Janeiro de 2007, numa manhã fria em Washington D.C., um homem com um violino toca seis peças do compositor Johann Sebastian Bach durante 45 minutos, numa das estações do metro de Washington mais movimentadas, passam por ele, aproximadamente 2.000 pessoas, a maior parte delas a caminho do seu trabalho.

Após 3 minutos, um homem de meia-idade repara que estava ali um músico a tocar, abrandou a sua marcha e depois continuou o seu caminho.
Ao fim de 4 minutos, recebe o seu primeiro dólar, uma mulher atirou o dinheiro para o chapéu, sem parar a sua marcha.
Aos 6 minutos, um homem parou durante uns segundos, em seguida, olhou para o relógio e continuou a andar.
Aos 10 minutos, uma criança de 3 anos parou, mas a sua mãe rapidamente o puxou. A criança de vez em quando olhava para trás para observar o violinista. Esta acção repetiu-se mais algumas vezes com outras crianças com os pais que as acompanhavam - sem excepção - a forçarem o andamento.
Passados 45 minutos, o músico continuava a tocar. Só 6 pessoas pararam para ouvir um pouco da música que tocava, cerca de 20 deixaram dinheiro sem parar de andar. Dentro do chapéu foram recolhidos 32 dólares.
Passado uma hora e ao acabar de tocar, ninguém reparou, ninguém aplaudiu. Não houve qualquer tipo de reconhecimento.

Ninguém sabia, mas o violinista era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo. Ele tocou várias peças musicais de complexidade elevada, com um violino avaliado em 3.5 milhões de dólares. Dois dias depois, num espectáculo com lotação esgotada em Boston, com o preço médio do bilhete a rondar os 200 dólares, tocou as mesmas músicas.
Tocou incógnito na estação do metro, em plena hora de ponta de Washington. A situação foi organizada pelo jornal Washington Post, como parte de uma experiência social sobre percepção, gosto e prioridades das pessoas.
Esta experiência trouxe várias questões:
- Num ambiente comum, a uma hora inapropriada, percebemos a beleza?
- Se sim, não paramos para a apreciar?
- Reconhecemos talento num contexto inesperado?

Leva-nos a concluir, talvez...
Se não temos "um momento" para parar, ouvir, ver e sentir a beleza das coisas, num sentido muito lato da sua essência...
Quantas outras coisas, nos estarão a passar ao lado, enquanto semi-vivemos, estas vidas robotizadas, com percentuais muito baixos de consciência?