sábado, 31 de outubro de 2009

Corrupção Total


Nesta semana que finda e após o ciclo eleitoral que terminou, frenético diga-se, vem a lume uma monstruosa rede de influências que por cá já pairava, desde à algum tempo. Saltou à vista os intervenientes mais mediáticos, que pelos lugares que ocupavam, deveriam ser os mais responsáveis; Armando Vara e José Penedos & Filho, sem esquecer o "epicentral" típico self made-man, o empresário da sucata, Manuel Godinho.
Correm, já correram e irão correr rios de tinta sobre este caso, bem como a sua contra-informação. Por isso basta consultar a informação já existente.

Como é que isto é possível? Porque se pode.

Logo atrás da Itália, país das associações mafiosas familiares, na europa ocidental, somos o 2º país mais corrupto.
A corrupção, é um crime, difícil de comprovar na barra do tribunal. Não é por acaso, que Armando Vara, pediu € 10.000 em cash e urgente. Não ficam vestígios, nem rasto. Não há prova.

Não importante esquecer, que na 1ª fase, Polícia Judiciária e Ministério Público, melhorarem a sua eficácia na investigação. Tanto em documentação, como material de prova palpável, digno desse nome. Com a experiência se aprende.
Na minha opinião, falível, como qualquer outra, será na 2ª fase, nos tribunais e nos juízes, que toda esta matéria se diluirá. Terão que obedecer a uma legislação coxa e feita propositadamente para salvaguardar, com muitos subterfúgios, este tipo de situações.
Logo, tudo ficará como dantes.

É a velha mentalidade portuguesa, da cunha, da esperteza saloia de enganar o fisco, da vigarice.
Os pequenos, dizem até com alguma razão - Porque é que eu vou ser honesto, se os de lá de cima roubam à grande?

E assim, os que pagam e "não podem fugir", contribuem e pagam dois países ou mais. Apesar dos discursos dos restringimentos e das dificuldades, certo é que há muito dinheiro, mais do que se imagina. A grande questão é que ele circula em circuitos paralelos.
Nos idos anos 80, num país ainda com grande influência militar, dizia-se que o ministério da defesa tinha um saco azul equivalente ao orçamento de estado. Não tenho provas documentais é certo. Mas alguém as terá.
Esses circuitos paralelos mudaram apenas de mãos. Passou-se de umas rubricas contabilísticas para outras.
A somar os muitos profissionais liberais que não pagam impostos, porque, lá está, o sistema o permite.

É um forrobodó total!

Sem poupar na linguagem, por exemplo, o caso dos vários administradores do BPN que, literalmente foi sacar dinheiro às pázadas.

Dos carris dourados à face oculta, o que haverá ainda por descobrir?
Nunca como hoje, em Portugal, as máquinas trituradoras de papel tiveram tanto uso.
Vou apostar em Jorge Coelho - Mota Engil.
Vamos ser racionais e lógicos. Alguém se acredita que por ali se passa tudo numa transparência sacro-santa?
Esperanço e congratularia-me se a figura em questão tivesse já a ser seguida, investigada e escutada.

Falta a este País de gente conformada, o esmiúçamento do tenebroso lóbi de Macau do Partido Socialista com veias maçónicas pelo meio.
Tivemos um vislumbre através do livro de Rui Mateus (um desiludido) - Contos proibidos: Memórias de um PS desconhecido.

Esta vida já não conta, na outra vão arder no Inferno, no sentido metafórico da expressão.
Diz a Bíblia que a vida começa depois da morte.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Marília

(1)

Preparava o jantar com um enorme carinho, mas, porque à hora aleatória não estava pronto, comeu no focinho. Muito bonita e airosa, murraças lhe trespassaram o corpo, frágil e de pescoço fino.
Habituada a uma vida maldita, seguia sempre para a frente, o nó na garganta, um górdio incómodo.
Na mente sempre as duas filhinhas, uma com quatro, outra com nove. A mais velha já começava a perceber algumas coisas.
À noite servia de tapete de serviço para um bruto, sujo e de fedorácia transpirada asfixiá.

Enquanto pequenita, ninguém se questionou, sobre o seu olhar para o vazio, limbo. Pequenita e rechonchuda, cedo despertou a cobiça do tio.
Aprendeu que tem de valer por si e partir para a frente. Pôs o divórcio em cima da mesa, sabendo de antemão, o calvário de valentes tareias que tinha de percorrer.
Uma das vezes, até de cinto apanhou. O Benfica tinha perdido com um penalti no último minuto. Encaixou a fava do árbitro.
Tantas vezes mal fodida, inundada, enojada, encolhida e enconada.

Após o divórcio, o tribunal estabeleceu uma pensão. O animal nunca a pagou.
Nisto, certo dia, a administração da fábrica onde trabalhava, convocou um plenário. Apareceu um corto-maltese, muito bem parecido e equilibradamente loquaz, de gel e câns pintadas, com fato de preçário acima do salário mínimo.
Esta nossa pequenita, calada e quieta, Marília, não está para aí virada. Sabe que tem de ir para a frente. Sabe que o que teve, é fruto do seu trabalho, nunca teve benesses, nem a tal se candidatou.

Mês após mês, as finanças iam definhando. Agora sozinha, com duas filhas e a pagar uma renda de uma casa que nunca seria dela.
Com o cheque do subsídio de desemprego na mão, certa vez no banco, um engano ocorreu.
O funcionário diz-lhe, Houve um engano, você tem de devolver os €400 e eu anular o movimento, foi um erro do sistema.
A nossa pequenita, No fim do mês eu regularizo. Você não está a entender, tem que me devolver o dinheiro e depois fala com o gerente. Então eu falo com ele. Ele não está, só vem à tarde. Então venho à tarde falar com ele, no fim do mês eu pago.
Nisto, a nossa pequenita por dentro vibrava, mais, sangrava. No impasse, pegou na sua sacolinha e andou muito depressa, no sentido da porta de saída.
Para pessoas honestas, estas coisas doem a dobrar. Mas aqueles €400 muito jeito deram, um balão de oxigénio, apenas €400...
Acertou o colega do lado, deixa... Palpite certeiro, pois no fim do mês, ela correspondeu.

Na carreira sub-urbana, na fila de trás sentadinha, por entre os pés molhados, consequência de um capetinha que passou de propósito na poça em frente à paragem, gozando o seu meio-minuto de prazer, segurava uma saca plástica que continha uma toalhinha bordada que tinha visto na promoção. E que bem que ficava na mesa da cozinha!
Recostou-se no casaquinho de malha, já meio húmido, do cacimbo que caía, numa noite que volta sem precisar de despertador. Ela olhava pela janela, tremelique, consoante as travadas de um empregado esquadrilhado para chegar em casa.

Esta nossa, pequenita, calada e quieta Marília!

Nostálgica do trabalho - esta nossa pequenita trabalhava que se fartava! -, da companhia das colegas, não compreendia o fecho, pois tanto trabalho havia.
O que não sabia esta nossa pequenita, calada e quieta, Marília, é que do outro lado do mundo em restaurantes top building, piano-bar 24H em turnos de 8H, com vistas 360º, se discutiam assuntos como down-sizing, lay-offs, custos de exploração, rendibilidade e a puta do caralho que nem um broche em condições era capaz de fazer. Joe, esta philipinnes ainda vêm do mato, as mexicans ao menos, barateiras, não comprometiam. I´m sorry boss, o próximo lote será de melhor qualidade. I´m sorry! Enquanto se passam gráficos Excel de exercícios trimestrais.

Esta nossa pequenita, calada e quieta, Marília, recebe um short message service (SMS) de uma ex-colega, que conseguiu um franchising de serviços rápidos de costura. Não prometeu salário, mas receberia à peça. Em pouco, esta nossa pequenita equilibrou as finanças, pois trabalhava que se desunhava.
Esta nossa pequenita, calada e quieta, Marília.

À noite, deitadinha, ela reza. Rezas improvisadas, reza pelas filhas. O que ela não sabe, é que suas preces são ouvidas.
De manhã, enquanto percorre a pé, o seu caminho, entidades, elementos que através do vento, dos raios solares, sabedores de todas as histórias, ainda se vão se surpreendendo com estas forças estranhas. Percorrem-lhe o corpo, sentido a energia, desta força sobrenatural.
Esta nossa pequenita, calada e quieta, Marília, é tremenda, um colosso, um verdadeiro poço de energia.
Arrebitada, de passo firme, ela avança com toda a confiança.

Esta nossa, pequenita, calada e quieta, Marília.


(2)


Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

(1) Paula Rego, colecção "Mulher-Cão".
(2) Deep Forest - Marta's Song.

domingo, 25 de outubro de 2009

Aspectos...


Aspectos auspiciosos...
Como quem sai de uma janela a cambalear, sob um som de fundo, parecido com um riso sarcástico.
É preciso ter vistas do que se almeja compreender e interpretar, mesmo, às vezes o interpretado ser o próprio e por vezes não sei lá do quê.
Em cada alminha, um labirinto.
Dizer-se-ia que é só para dar trabalho, um capricho. Quando só apenas um carinho...
Muitos e muitas não sabem ao que nasceram, vêm à sorte. Percorrem vidas, principalmente a própria, desconhecendo que eram à partida proprietárias de algo, a sua essência.
Vilipendiadas, baralham-se, cruzam-se e morrem de medo de várias coisas, até mesmo do único destino certo que têm. Têm medo da certeza.
A esquiva desenvolveu contornos, mágicos. Tal a transcendência, do ultrapassar fronteiras nunca antes alcançadas. Ponto por ponto, cada vez mais vamos chegando mais longe.
Ao quê? Não se sabe.
Mas, vamos empurrando para a frente.
O passado é passado, já foi, passou, não se repete.
Desde que não apareça uma máquina do tempo, para voltar a baralhar as contas.
Ou fantasias, para baralhar e dar de novo.

Como massas cerebrais que aspiram linhas de pensamento, sem questionar o "deep tought" das coisas, o que existe é merecido.
Por elas vou acender um incenso de alfazema. Relembro que de Domingo para Segunda, é a noite dos espíritos. A noite em que se abrem portais inter-dimensionais.
É um forrobodó espiritual.
Podem acender uma velinha e coloca-la no parapeito da janelinha, ou na janela da mente.
Agora e importante, não finte as cocaines da sua mente. Os espíritos não vão em cantigas.
Pois é! Todos lá dentro...

sábado, 24 de outubro de 2009

Caim

José Saramago, aparece com um livro, denominado Caim. A polémica instala-se, não fosse tratar-se de um assunto muito sensível, a Religião, em particular a Cristã e seu livro de suporte sagrado, a Bíblia.
Fosse o Alcorão, nem debate haveria!
Após várias conferências de apresentação do livro, compostas com frases fortes, em diminuição e até ridicularização do Livro Sacro, por muitos, apelidado de jogada de marketing, o certo é que criou debate. Debate profundo entre as pessoas que seguem estas coisas. Logo, intrínseco da natureza humana, se formaram barricadas, de um lado e do outro.
O termo Bíblia é mais lato, pois existem muitas bíblias - byblios/conceitos. Até o Diabo tem uma, que é maldita, o Codex Gigas.

Porque não aproveitar a embalagem e ir-se mais fundo no debate dos temas transcendentais?
Será que existimos? Será um sonho?
Vivemos ou sobre-vivemos? Vive-se após a morte?
Haverá outras frequências e dimensões energéticas? Elas se interagem ou não?
Porque vivemos um mundo físico contraditório? Para uns viverem outros terão que morrer?

O debate, desta sexta-feira à noite, entre o Padre Carreiras das Neves e José Saramago, foi bastante interessante.
A Igreja Católica, enviou um dos seus doutores, especialista das "ciências bíblicas", defender os seus pergaminhos, o professor da Universidade Católica, Joaquim Carreira das Neves.

Não sendo grande aficionado de Saramago, na minha opinião, esteve muito bem, aliás, o debate em si foi cordato e bem conduzido pelo jornalista Mário Crespo.
Levou Carreira das Neves a admitir que as histórias da Bíblia são invenções, criações literárias. Isto é muito importante, pois a Igreja, sempre tentou passar a ideia do sentido literal da escritura sagrada.
Saramago, já no fim, colocou duas questões importantíssimas; o direito à dissidência e o direito à heresia.

Não posso considerar é que a Bíblia não possa ser questionada, principalmente com o argumento de que é muito complexa e que tem de ser lida de determinada forma.
O que é que é complexo?
O que é que é simples?

O vídeo integral do debate na SIC Notícias, Jornal das 9.


terça-feira, 20 de outubro de 2009

Texaco

Na floresta Amazónica, parte equatoriana ocorreu e ocorre um dos maiores crimes da Humanidade, mais sentido, pelos habitantes locais de lá.
A outrora Texaco (The Texas Company) quase na falência foi adquirida pela Chevron, que depois de descobrirem o imenso potencial petrolífero naquela localidade, trataram de o explorar.
Contaminaram a zona, principalmente os rios, de quem muita gente dependia. Pois o lucro é a chave fundamental e os índices em alta nas principais praças financeiras, são de sobeja importância. Evidentemente, que nos canais intermédios, muitos sabujos foram a correia de transmissão.
A logotípica da Texaco e da Chevron, também é, deveras de assinalar pela sua simbologia.

Existe um processo em tribunal, muito complexo, que pede a maior indemnização da história, são muitos biliões de dólares. Apesar de a Texaco, veicular que nada têm a ver com os crescentes casos de cancro na região.
Descontando também excessos de protagonismo e egos ansiosos de holofotes. O facto é que nascem crianças com mal-formações, pessoas que morrem de cancro e o pulmão do Planeta continua a sofrer as tensões das vistas curtas e gananciosas.
Destruindo-se toda um eco-sistema em nome de um curto-prazo de lucros, cantiga endémica.

Joe Berlinger, através de um filme-documentário "Crude", pôs esta questão num outro nível. Mesmo assim, por "forças estranhas", esta questão ainda passa ao lado de muito boa gente. Os crimes reais, e pior, com suporte legal.

domingo, 18 de outubro de 2009

Pôr-do-Sol


É o pôr-do-sol. Quente, e em tons gradientes. É o pôr-do-sol.

Muitos pores-dos-soles vividos, noutras vidas até.
Nos olhos de um condor, horizontes se perfilhavam, até, até...
Um céu azul, que, inté...
Nos raios luminosos, o berço de todos nós.

Um contraditório, esse mesmo, que nos permite a vida.
O ar que respiramos, o tal que, nos permite existir e errar, é o mesmo que nos mata lentamente.
Explosivo e gasoso, o oxigénio e consequentemente os seus radicais livres, vão oxidando e destruindo, o que se olha no espelho de uma vaidade temporária.

Creia, não como uma qualquer religião, que tudo o que alcançou, é temporário e será deixado...
Acredita?

É o pôr-do-sol!
Muito antes de nós.
Muito para além de nós.
É o pôr-do-sol!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Maitê

Maitê, Maitê, Maitezinha...
A idade não perdoa, já ninguém pega em você. E aqueles que você queria pegar, já não pegam em você.
Muita malhação, é bom para a saúde, mas não é máquina do tempo.
Com o seu programa para mulheres, estendeu a um livro. Veio a Portugal fazer uma promoção.
Fez um vídeo que glosa os portugueses. Que até tem sua graça.
Mas o cuspe na fonte contradiz, tudo o que fez. Revelando um carácter fraco, ansioso de publicidade e marketing - custo zero. Caiu a máscara, de uma senhora que outrora foi bonita fisicamente, mas, presentemente mostra o que sua alma sempre foi.
Uma vaziazinha e com largos traços de estupidez.
Talvez, tenha sido excitação a mais.

Entre os fluxos migratórios, muitos preconceitos se estabeleceram, construídos por visões genéricas.
Dos portugueses dos anos 50 e 60, do interior de uma nação completamente asfixiada, emigraram dezenas de milhares de almas para um Brasil em crescendo, um mundo novo em esperança. Não tinham formação académica, tinham as unhas sujas e as mulheres tinham bigode. Mas enorme vontade de vencer, carregavam.
Por outro lado, 30/40 anos passados, o fluxo inverte-se. Portugal recebe fluxos migratórios tremendos do Brasil.
Principalmente, do Brasil pobre, fugitivos, da terra e da roça, maioritariamente do Estado de Minas Gerais. Caipiras, pele meio escura e um falar muito torto. Criam também uma imagem generalizada que não corresponde à realidade.

A ignorância, tanto, de um lado como do outro, impera. Mais do que ignorância, diria estupidez, pois a informação está, nos dias de hoje, à mão de semear de qualquer um.

O preconceito existe em todo o lado.
Mas, Maitê com toda a informação que você tem acesso, não deixaste de revelar um certo retardamento consciencial!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Todo o amor que houver nessa vida

O Amor, verdadeira força incontrolável do Universo.
O tempo é relativo, um segundo e já passou, noutra dimensão podem ser anos. De facto, o tempo pode ser relativo. Depende, fundamentalmente, da percepção.
Pode ser sorte, pode ser azar, tal e qual, uma mesa de roleta mostra. Mostra friamente nas suas estatísticas.
Pode ser também, a sorte do azar, como escola da vida, de vidas enviuzadas e de gerações trocadas.
Das avenidas do prazer, de um vício ou três, importa são os caminhos desbravados.
Ida, já foi, mas a volta é garantida? Quem sabe...

Quem sabe...

O génio Cazuza em Todo o Amor que Houver nessa Vida. O abstracto roçado por uma pessoa, com beleza e consciência.

Haja consciência!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Passar ao lado


Portugal, Portugal!
País de virgens ofendidas. Reino da hipocrisia e da mesquinhez escondida.
Aqui reside gente séria e humilde, povo de brandos costumes. Pelo menos na aparência.

Entre quatro paredes transfiguram-se e são os campeões da violência doméstica e sexual. Neste capítulo, pessoalmente comecei a percepcionar este horrível fenómeno na adolescência, quando comecei a namoriscar e mais tarde por colegas, amigas e clientes da empresa onde trabalho. Quase todas, tinham e têm uma "história"; ou um tio, um primo mais velho, o vizinho, o colega do pai, o padrasto, o avô e às vezes o pai.
Mas que grande porra! Este País anda muito doente.
Aqui na Lusitânia muitos segredos se guardam, o que vem ao lume é uma pequeníssima percentagem do que ficou calado e muitas vezes mal perdoado. Até dá vontade de vomitar com tanta nojeira, tal a dimensão.

País cinzento, triste, e brutalmente depressivo e meio embrutecido. Somos os maiores nas sopas de cavalo cansado e nos anti-depressivos. O fado que carregamos, por natureza, é de choro e lamúria.
Somos case-study de grandes multinacionais pelo elevado índice de carneirismo. Telemóveis per-capita, não existe quem nos agarre. Apinhar centros comerciais é uma ciência que os portugueses mostram toda uma capacidade assídua.

No limite da hipocrisia e de uma forma genérica, o portuga ao volante de um automóvel é um verdadeiro animal, vocifera e esbraceja que nem um corsa, mas, minutos depois fora do carro no café ou no restaurante à porta da entrada é o mais educado que existe - Faça favor! Não, você primeiro!
No automóvel protegido por uma carroçaria, solta todos os impropérios que lhe vêm à memória, no olhos nos olhos, cobarde que é, hipocritamente é um cidadão exemplar.

Somos pobritos, produzimos pouco, trabalha-se o País todo ao contrário. A incompetência grassa, pois a organização parte de erros de base. Tanto na política e na economia em geral.
Na política uns se filiam como rampa de lançamento para tachos bem remunerados, na economia patrocinam os políticos para fazerem leis porreiras pá. É um ciclo vicioso.
Custa-me é saber que neste País existe tanta gente válida, competente e capaz, mas que, estão nos lugares errados, naqueles lugares que não comprometem os ímpios que enriquecem à bruta e à conta de todo um povo imbecilizado.

Somos todos uns educadinhos, onde educação é saber dizer bom-dia antes do meio-dia, quando se acaba de comer pôr os talheres em determinado lado, não dizer asneiras ao pé dos senhores doutores. Doutor nestas bandas, afinal, basta ser Lic. (licenciado), tal é ânsia de ser doutor ou engenheiro, que tudo se faz para obter tal chapa. Houve por aí um primeiro-ministro que até por fax enviava os exames, no melhor inglês técnico que o dinheiro pode comprar.

Crise? Mas, qual crise?
Antes de o sermos, já estávamos. Já o tirano César dizia, que aquele povo, lá do canto da Ibéria, não se governa nem se deixa governar.
Pode ser da genética, pois tantas vezes fomos invadidos. No nosso sangue, correm muitos sangues. Pelo norte, pelo sul e por este. Visigodos, Hunos, árabes e outros. Somos uma mescla desenraízada de outros povos. Talvez daí este povo seja por natureza conformista e ordeira perante poderes vingentes.

Reclamam que se farta, mas como, burricos que são e por não saberem reclamar passa tudo ao lado.
Recentemente, criou-se o Livro de Reclamações, que à nascença seria uma ferramenta útil para os cidadãos e empresas melhorarem serviços colmatando falhas revelados por quem usufrui.
Mas rápidamente, esse instrumento nas mãos de bestitas, perdeu o efeito. Reclamam porque está a chover, porque está sol, porque o bidé está muito próximo da sanita ou porque é bife com batatas fritas. Os serviços foram inundados de reclamações e o seu efeito foi diluído, principalmente, pela estupidez lusa em geral.
Julgam-se uma espécie de brazonaria, mas bacocos, dão cabeçadas nas paredes e alguns até fazer sangue.

Eça de Queiroz, Fernando Pessoa e Bocage, este último mais directo com seus versos eróticos/pornográficos punham toda a sociedade portuguesa a nú. Uma sociedade como tantas outras, aparentes no seu modo estatutário existencialista.

Parte é induzida, por responsáveis de sucursais, com sedes tenebrosas. Dividir para reinar é o mote.
"Deixá-los estragar-se uns aos outros, desde que trabalhem para nós. Não precisam de saber quem somos, ainda confundíamos mais, estas cabecinhas borreguinhas..."

Todos nós somos responsáveis pelo o estado a que isto chegou. Quem não sabe, procure se informar, você tem de fazer qualquer coisa. Imobilismo não é desculpa.
Mas, pare de mamar na mama da Loba.

No vídeo em baixo, um grande anti-depressivo, para colocar sua vida em cima.
Nascem, vivem e morrem. Vocês são ensinados à nascença que tudo tem um princípio, meio e fim.
Já se perguntaram se será, mesmo assim?
Será que houve princípio?
Haverá fim?
O que é, que é o meio?

Será que existem? A maior parte quando morre, conclui, vivi toda uma vida, e passei ao lado dela.

Ainda vão a tempo de uma gestação consciencial. Eu posso ajudar.



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Planeta Terra

O documentário em baixo plasmado é muito importante. Sintetiza toda uma série de informações e conhecimentos acerca do Planeta em que vivemos nuns singelos 90 minutos.
A locução é num inglês técnico perfeitamente perceptível, mas mesmo assim, pode clicar no canto inferior direito, onde está um triângulozinho, e escolher as "english with subtitles", legendas em inglês.
Como a incorporação do vídeo foi desactivada, fica o link:

http://www.youtube.com/watch?v=jqxENMKaeCU&feature=channel_page

domingo, 4 de outubro de 2009

Brasil

O Brasil ganha um novo élan ao ser escolhido como País organizador dos Jogos Olímpicos de 2016, a juntar também a organização do Campeonato Mundial de Futebol FIFA em 2014.
Serão dois anos em que os olhos de todo o mundo estarão focados nesse País.

Tendo a responsabilidade de ter os dois maiores eventos mediáticos do Planeta em seu território é, sem dúvida, o empurrão motivacional para que toda a sociedade brasileira se una rumo ao progresso sem esquecer a ordem.

O gigante sul-americano que vêm se afirmando como potência económica mundial, vai ter de olhar com mais ênfase os seus tremendos problemas internos, desde a segurança, a gestão dos grandes aglomerados urbanos, a corrupção, a situação da floresta amazónica entre outros.

Ganha assim toda a América Latina através do seu gigante - Brasil, a merecida atenção mundial.
É o novo mundo, com gentes de várias origens e culturas, dando mais cor e alegria à existência.

Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa. O vídeo oficial da candidatura.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Move Closer


Hoje ao amanhecer, quando me dirigia para o trabalho, salta-me do rádio a canção Move Closer interpretada por Phyllis Nelson.
Por breves momentos pensei em fechar os olhos e transportar-me para um mundo de paz e segurança. Onde tudo tem sentido e todos os seus actores sabem o papel a desempenhar, numa lógica de harmonia com toda a envolvência envolvente.
Não abri, porque não fechei os olhos. Ponderei que não seria o mais adequado, pois sendo, o meu estado presente, estar a conduzir um veículo automóvel numa auto-estrada.
Mas, como seres incoerentes que somos, mesmo sem fechar os olhos, fiz batota. Viajei para fora dali, deixando o comando do carro nos comandos dos automatismos que o nosso cérebro proporciona.

Estou certo de que estou incerto, mas, incerto sei que estou certo.
Entre as duas, a minha infinita ignorância. Certo que estou longe, muito longe do conhecimento total.
Certo, que esse conceito não exista, mesmo assim, incerto.
Defino-me como incoerente coerente, estou certo disso, um dia porém, poderei estar incerto disso.
Certo de que existe um Universo, e nele, vários Universos contidos. Desde o insecto-folha a uma hipernova, relativizando a força das forças, sendo a base semelhante.
A vontade e os critérios que a proporcionam, que, afinal podem ser quaisquer uns.

Num átimo, em velocidade de um instante de átomo, cheguei ao destino.
Desligo o carro, abro a porta e todo um som caótico me prende ao momento.
Durante o trajecto percorrido, não reparei em quase nada, cheguei ali em piloto automático, retomei o controlo da atenção dos momentos, mas perdendo a outra, para a qual, não existe no nosso cerebelo automatismos, pois essa outra, precisa de muito de nós.

Nisto ao final da tarde, fui cortar o cabelo. Vá lá, aparar.